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Os Nefilim - Povo dos Foguetes Faiscantes 13 страница



Então, que quer dizer o termo "Nefilim"? Derivado da palavra de raiz semita NFL ("a ser lançado"), significa literalmente isso, ou seja, aqueles que foram lançados para a terra!

Teólogos contemporâneos e eruditos da Bíblia tiveram tendência a evitar os versos problemáticos. Para isso, elaboraram uma tentativa de explicação alegórica ou então, muito simplesmente, ignoraram esses versos. Mas os escritos judeus da época do Segundo Templo reconheceram nestes versos os ecos de antigas tradições de "anjos malditos". Alguns dos antigos trabalhos acadêmicos mencionam até os nomes destes seres divinos "que caíram do céu e estavam na terra naqueles dias": Sham-Hazzai ("a atenção do shem"), Uzza ("poderoso") e Uzi-El ("poder de Deus").

Malbim, um comentador bíblico de renome do século 19, reconheceu estas antigas raízes e explicou que “em tempos remotos os governadores de regiões eram os filhos das deidades que chegaram à terra vindos dos céus, e governaram a terra, e casaram com as filhas do homem; e sua prole incluía heróis e pessoas poderosas, princesas e soberanos". Estas histórias, diz Malbim, eram de deuses pagãos, "filhos de deidades que em tempos imemoriais caíram das alturas sobre a terra... é por isso que eles chamaram a si próprios 'Nefilim'", ou seja, "Aqueles que se arruinaram".

Não levando em conta as implicações teológicas, o significado literal e original dos versos não nos pode escapar: os filhos dos deuses que vieram para a terra, do alto dos céus, eram os Nefilim.

E os Nefilim eram o povo do Shem - povo das naves-foguetes. Daqui em diante, chama-los-emos pelo seu nome bíblico.

 

O Décimo Segundo Planeta

A sugestão de que a Terra foi visitada por seres inteligentes vindos de outros lugares postula a existência de outro corpo celestial sobre o qual os seres inteligentes estabeleceram uma civilização mais avançada que a nossa.

A especulação sobre a possibilidade da visita de seres inteligentes à Terra vindos de alguma outra parte estabeleceu como seu lugar de origem planetas como Marte e Vênus. No entanto, agora que está provado que estes dois vizinhos planetários da Terra não possuem nem vida inteligente nem uma civilização avançada, aqueles que acreditam na visita à Terra olham para as outras galáxias e estrelas distantes como pátria destes astronautas extraterrestres.

A vantagem destas sugestões é que, enquanto não podem ser provadas, também não podem ser desacreditadas. A desvantagem é que estes “lares" sugeridos ficam a distâncias fantásticas da Terra, sendo necessários anos e anos de viagem à velocidade da luz para os alcançar. Os autores destas sugestões postulam, assim, viagens de sentido único à Terra: uma equipe de astronautas numa missão-sem-retorno, ou, talvez uma nave espacial perdida e fora de controle, aterrissando de emergência sobre a Terra.

Esta não é, com toda a certeza, a noção suméria da celestial residência dos deuses.

Os sumérios aceitaram a existência de tal "residência celestial", "um local puro", "uma primeva residência". Enquanto Enlil, Enki e Ninhursag foram para a Terra e aí construíram seu lar, seu pai Anu permaneceu na residência celestial como seu governante. Não só referências ocasionais, mas também detalhadas "listas de deuses" nomeiam realmente 21 casais divinos da dinastia que precedeu Anu no trono do "puro lugar".

O próprio Anu reinou sobre uma corte de grande esplendor e extensão. Tal como Gilgamesh relatou (e o livro de Ezequiel confirmou), era um lugar com um jardim artificial completamente esculpido de pedras semi­-preciosas. Aí Anu residiu com sua esposa oficial Antu e mais seis concubinas, oitenta descendentes (dos quais catorze eram de Antu), um primeiro-­ministro, três comandantes encarregados dos mu's (naves espaciais), dois comandantes das armas, dois grandes mestres do conhecimento escrito, um ministro das Finanças, dois chefes da Justiça, dois "que com o seu som impressionam", dois chefes escribas com cinco escribas assistentes.

Os textos mesopotâmicos referem constantemente a magnificência do domicílio de Anu e os deuses e as armas que guardavam seu portão. O conto de Adapa relata também que o deus Enki, tendo fornecido a Adapa um shem:

 

Fê-lo tomar a estrada para o céu,

E para o céu ele subiu.

Quando ele ascendera ao céu,

Aproximou-se do portão de Anu.

Tammuz e Gizzida montavam guarda

Ao portão de Anu.

 

Guardada pelas armas divinas SHAR.UR ("caçador real") e SHAR.GAZ ("real assassino"), a sala do trono de Anu era o local da assembléia dos deuses. Nestas ocasiões, um estrito protocolo governava a ordem de entrada e lugares:

 

Enlil entrou na sala do trono de Anu,

Senta-se no lugar da justa tiara,

À direita de Anu.

Ea entra [na sala do trono de Anu],

Senta-se no lugar da sagrada tiara,

À esquerda de Anu.

 

Os deuses do céu e da terra do antigo Oriente Médio não só são originários dos céus, como podiam também regressar à residência celestial. Anu, numa ocasião, desceu à Terra em visitas de estado; Ishtal reuniu-se no alto com Anu pelo menos duas vezes. O centro de Enlil em Nippur estava equipado com o "elo céu-terra". Shamash estava encarregado das águias e do local de lançamento das naves espaciais. Gilgamesh subiu ao Local da Eternidade e regressou a Uruk. Adapa também fez a viagem e regressou para contar tudo; e assim o fez o bíblico rei de Tiro.

Um grande número de textos mesopotâmicos tratam da Apkallu, um termo acádio derivado do sumério AB.GAL ("o grande que conduz" ou "senhor que aponta o caminho"). Um estudo de Gustavo Guterbock (Die Historische Tradition und Ihre Literarische Gestaltung bei Babylonier und Hethi­ten) [A Tradição Histórica e a Sua Forma Literária entre os Babilônios e os Hititas] assegura que estes são os "homens-pássaros" representados como águias, como já mostramos. Os textos que falavam dos seus feitos dizem de um que de "fez descer Inanna dos céus, para o templo E-Anna ele a fez descer". Esta e outras referências indicam que estes Apkallu eram os pilotos das naves dos Nefilim.

Viagens de dois sentidos eram não só possíveis, como planejadas em primeiro lugar, uma vez que nos é dito que, tendo decidido estabelecer na Suméria o portão dos deuses (Babili), o chefe dos deuses explica:

 

Quando à fonte primeva

Para a assembléia vocês ascenderem,

Aí haverá um lugar de repouso para a noite

Para vos receber a todos.

Quando dos céus para a assembléia vocês descerem,

Aí haverá um lugar de repouso para a noite para vos receber a todos.

 

Compreendendo que estas viagens de dois sentidos entre a Terra e a residência celestial eram não só planejadas, como praticadas, o povo da Suméria não exilou seus deuses para distantes galáxias. O domicílio dos deuses, revela-nos o legado sumério, estava dentro do nosso próprio sistema solar.

Vimos Shamash no seu uniforme oficial como comandante das águias. Em cada um de seus pulsos ele usa um objeto que lembra um relógio, mantido em posição por fivelas de metal. Outras descrições das águias revelam que todos os importantes usavam tais objetos. Se eram eles puramente decorativos ou se serviriam para algum útil fim, não sabemos. Mas todos os acadêmicos estão de acordo que os objetos representam rosáceas - um aglomerado circular de "pétalas" irradiando de um ponto central.

 

 

A rosácea era o símbolo decorativo mais comum de templos em todas as terras antigas, predominantemente na Mesopotâmia, Ásia Ocidental, Anatólia, Chipre, Creta e Grécia. É opinião geralmente aceita que a rosácea como símbolo de templo era uma expansão ou estilização de um fenômeno celestial: um sol rodeado por seus satélites. O fato de os antigos astronautas usarem este símbolo em seus pulsos dá ainda mais credibilidade a esta opinião.

Uma representação assíria do portão de Anu na celestial residência confirma a antiga familiaridade com um sistema celestial análogo ao do nosso Sol e seus satélites. O portão de Anu na celestial residência é flanqueado por duas águias, indicando que eram necessários seus serviços para atingir tal local. O Globo Alado, o supremo emblema divino, assinala o portão. Ele é ladeado ainda pelos símbolos divinos do número sete e do crescente lunar representando (acrescentamos nós) Anu ladeado por Enlil e Enki.

 

Onde estão os corpos celestiais representados por estes símbolos? Onde está a residência celestial? O artista antigo responde com mais uma representação, desta vez de uma grande deidade celestial lançando seus raios para onze corpos celestes menores que a circundam. Um sol em cuja órbita gravitam onze planetas.

A reprodução de outras descrições em selos cilíndricos como este, em exposição no Museu do Antigo Oriente Médio, em Berlim, provam facilmente que esta não foi uma representação isolada.

 

 

Quando se aumenta o deus central ou corpo celeste no selo de Berlim, vê-se uma grande estrela emitindo raios, rodeada por sete corpos celestes, os planetas. Estes, por sua vez, repousam numa cadeia de 24 globos menores. Tratar-se-á apenas de uma coincidência que o número de todas as "luas" ou satélites dos planetas de nosso sistema solar (os astrônomos excluem aqueles com dezesseis quilômetros ou menos de diâmetro) seja também exatamente 24?

 

 

Agora, claro, há uma boa razão para reivindicar que estas representações (um sol com onze planetas) reproduzem o nosso sistema solar, uma vez que os estudiosos nos dizem que o sistema planetário, do qual a Terra faz parte, compreende o Sol, a Terra e a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão. Isto perfaz a quantidade de um Sol e apenas dez planetas (se contarmos a Lua também como planeta).

Mas não é isso que os sumérios dizem. Eles afirmam que nosso sistema é constituído pelo Sol e mais onze planetas (contando a Lua) e defendem firmemente a opinião de que, para além dos planetas hoje conhecidos, existiu um décimo segundo membro do sistema solar - o planeta pátria dos Nefilim.

A este chamaremos Décimo Segundo Planeta.

 

Antes de verificarmos a exatidão das informações sumérias, passemos em revista a história do nosso próprio conhecimento da terra e dos céus que a circundam.

Sabemos hoje que, para além dos gigantescos planetas Júpiter e Saturno, a distâncias insignificantes em termos de universo, mas imensas à dimensão humana, mais dois grandes planetas (Urano e Netuno) e um terceiro pequeno (Plutão) pertencem a nosso sistema solar. Mas este conhecimento é bastante recente. Urano foi descoberto por meio do uso de telescópios aperfeiçoados em 1781. Depois de o observarem durante cerca de cinqüenta anos, alguns astrônomos chegaram à conclusão de que sua órbita revelava a influência de outro planeta ainda. Guiado por estes cálculos matemáticos, o planeta desaparecido, chamado Netuno, foi detectado pelos astrônomos em 1846. Depois, por volta do fim do século 19, tornou-se evidente que mesmo Netuno estava sujeito a uma atração gravitacional. Haveria então outro planeta em nosso sistema solar? O quebra-­cabeça foi solucionado em 1930 com a observação e localização de Plutão.

Até 1780 pois, e durante séculos antes desta data, acreditou-se que havia sete membros do nosso sistema solar: Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte Júpiter e Saturno. Nosso planeta não era contado como tal, uma vez que se acreditava que outros corpos celestes circundavam a Terra, o mais importante corpo celestial criado por Deus sobre o qual vivia a mais importante criação de Deus - o homem.

Nossos manuais dão geralmente a Nicolau Copérnico o crédito de ter descoberto que a Terra é apenas um dos vários planetas num sistema heliocêntrico (centrado no Sol). Temendo a ira da Igreja Católica por contestar a posição central da Terra, Copérnico publicou seu estudo (De Revolutionibus Orbium Coelestium) [Das Revoluções dos Mundos Celestes}, apenas quando se encontrava já no seu leito de morte em 1543.

Levado a examinar as pistas legadas por seculares conceitos astronômicos primeiramente pelas necessidades navegatórias da Idade das Descobertas e pelas descobertas de Colombo (1492), Magalhães (1520) e outros, de que a Terra não era plana, mas esférica, Copérnico baseou-se em cálculos matemáticos e procurou as respostas em antigos textos. Um dos poucos homens da Igreja que apoiou Copérnico, o cardeal Schonberg, escreveu­-lhe em 1536: "Soube que conhece não só o trabalho de base das antigas doutrinas matemáticas, como acabou de criar também uma nova teoria... de acordo com a qual a Terra se movimenta e é o Sol que ocupa a posição fundamental e por isso mesmo cardinal".

Os conceitos depois defendidos baseavam-se em tradições gregas e romanas, segundo as quais a Terra, que era plana, era "abobadada por cima" pelos distantes céus, nos quais as estrelas estavam fixas. Contra os céus salpicados de estrelas, os planetas (da palavra grega para "vagabundo") movem-se à volta da Terra. Havia assim sete corpos celestes dos quais derivam os sete dias da semana e os seus nomes, por exemplo, nas línguas francesa e inglesa: o Sol (Sun) - Sunday (domingo, em inglês); a Lua (Moon) - Monday (segunda-feira, em inglês); Marte (Mars) - mardi (terça­-feira, em francês); Mercúrio (Mercure) - mercredi (quarta-feira, em francês); Júpiter (Jupiter) - jeudi (quinta-feira, em francês); Vênus (Venus) ­vendredi (sexta-feira, em francês); Saturno (Saturn) - Saturday (sábado, em inglês).

 

 

Estas noções astronômicas procedem dos trabalhos e codificações de Ptolomeu, um astrônomo da cidade de Alexandria, no Egito, no século 2 a.C.

Suas descobertas definitivas dizem-nos que o Sol, a Lua e mais cinco planetas se movem em círculos à volta da Terra. A astronomia ptolomaica predominou durante mais de 1.300 anos, até que Copérnico colocou o Sol no centro.

Enquanto alguns chamaram Copérnico de "Pai da Moderna Astronomia", outros viram-no mais como um pesquisador e reconstrutor de primitivas idéias. O fato é que ele se embebeu na leitura dos escritos dos astrônomos gregos que precederam Ptolomeu, como, por exemplo, Hiparco e Aristarco de Samos. Este último sugeriu no século 3 a.C. que os movimentos dos corpos celestiais poderiam ser mais bem explicados se o Sol, e não a Terra, fosse considerado como centro do sistema. De fato, 2.000 anos antes de Copérnico, os astrônomos gregos enumeram os planetas na sua ordem correta a partir do Sol, reconhecendo assim que o Sol, e não a Terra, era o ponto focal do sistema solar.

O conceito heliocêntrico só foi redescoberto por Copérnico, e, o mais interessante, os astrônomos sabiam mais no ano 500 a.C. do que nos anos 500 e 1500 d.C.

De fato, os eruditos encontram hoje dificuldades para explicar como é que, primeiro, os antigos gregos e, depois, os romanos puderam considerar a Terra como plana, erguida de um leito de tenebrosas águas sob as quais ficava o Hades ou "Inferno", quando algumas das provas deixadas pelos astrônomos gregos dos primórdios indicam que eles pensavam de modo diferente.

Hiparco, que viveu na Ásia Menor no século 2 a.C., discutiu o "deslocamento do signo solsticial e equinocial", o fenômeno agora chamado precessão dos equinócios. Mas o fenômeno pode ser explicado apenas em termos de uma "astronomia esférica", na qual a Terra está rodeada por outros corpos celestiais como uma esfera dentro de um universo esférico.

Saberia Hiparco que a Terra era um globo e terá ele feito seus cálculos em termos de uma astronomia esférica? Igualmente importante, oferece-­se ainda outra questão. O fenômeno da precessão podia ser observado relacionando a chegada da primavera com a posição solar (tal como se fosse vista da Terra) em dada constelação zodiacal. Mas a passagem de uma casa zodiacal para outra requer 2.160 anos. Hiparco não pode ter vivido o suficiente para fazer aquela observação astronômica. Então, de onde obteve ele essa informação?

Eudóxio de Cnido, outro matemático e astrônomo grego que viveu na Ásia Menor dois séculos antes de Hiparco, desenha uma esfera celestial, da qual uma das cópias foi colocada em Roma numa estátua de Atlas segurando o mundo em seus ombros. Os desenhos na esfera representam as constelações zodiacais. Mas, se Eudóxio concebeu os céus como uma esfera, onde, em relação aos céus, ficava a Terra? Terá ele pensado que o globo celeste assentava sobre uma Terra plana - uma composição bastante difícil -, ou será que ele tinha conhecimento de uma Terra esférica, envolta por uma esfera celestial?

 

 

Os trabalhos de Eudóxio, perdidos nos seus originais, chegaram até nós graças aos poemas de Arato que, no 3º. milênio a.C., "traduziu" os fatos introduzidos pelos astrônomos para linguagem poética. Neste poema (que deve ter sido familiar a São Paulo, que o cita) as constelações são descritas com grande detalhe, "desenhadas a toda a volta"; e seu agrupamento e designação são atribuídos a uma época precedente muitíssimo mais remota. "Alguns homens dos velhos tempos pensaram e projetaram uma nomenclatura e encontraram formas apropriadas.”

Quem eram os "homens dos velhos tempos" a quem Eudóxio atribuiu a designação das constelações? Baseados em certas pistas do poema, os astrônomos modernos acreditam que os versos gregos descrevem os céus tal como eram observados na Mesopotâmia por volta do ano 2.200 a.C.

O fato de tanto Hiparco como Eudóxio terem vivido na Ásia Menor levanta a possibilidade de eles terem retirado seu conhecimento das fontes hititas. Talvez tenham mesmo visitado a capital hitita e observado aí a procissão divina gravada nas rochas do local. Na verdade, o fato de ter observado entre os deuses que marcham dois homens-touros segurando um globo pode ter inspirado Eudóxio a esculpir Atlas e a esfera celeste.

 

 

Seriam os remotos astrônomos gregos que viveram na Ásia Menor, mais bem informados que seus sucessores, porque podiam aproximar-se das fontes mesopotâmicas?

Hiparco confirmou em seus escritos que seus estudos se baseavam em conhecimento acumulado e verificado ao longo de muitos milênios. Ele nomeia como seus mentores "astrônomos babilônicos de Erech, Borsippa e Babilônia". Geminus de Rodes designa os "caldeus" (os antigos babilônicos) como os descobridores dos movimentos exatos da Lua. O historiador Diodoro Sículo, escrevendo no século 1 a.C., confirmou a exatidão da astronomia mesopotâmica; ele afirma que "os caldeus deram nome aos planetas... no centro do seu sistema estava o Sol, a maior luz, da qual os planetas 'descendiam', refletindo o brilho e a posição do Sol".

A fonte reconhecida da sabedoria astronômica grega era, então, a Caldéia. Invariavelmente, estes remotos caldeus possuíam um mais extenso e apurado conhecimento do que o dos povos que os seguiram. Durante gerações ao longo do Mundo Antigo, o nome "caldeu" foi sinônimo de

"contemplador de estrelas", astrônomo.

Abraão, originário da cidade de "Ur dos caldeus", foi instalado por Deus para contemplar as estrelas quando as futuras gerações hebraicas fossem discutidas. De fato, o Antigo Testamento estava repleto de informações astronômicas. José compara-se e aos seus irmãos a doze corpos celestes, e o patriarca Jó abençoa seus doze descendentes associando-os com as doze constelações do zodíaco. Os salmos e o livro de Jó referem-se repetidamente a fenômenos celestes, às constelações zodiacais e a outros grupos de estrelas (tal como as Plêiades). O conhecimento do zodíaco, a divisão científica dos céus e outras informações astronômicas eram, pois, comuns no antigo Oriente Médio muito antes dos dias da Grécia Antiga.

O alcance da astronomia mesopotâmica no qual os antigos astrônomos gregos se basearam deve ter sido vasto, porque só o que os arqueólogos encontraram forma uma avalanche de textos, inscrições, impressões de selos, relevos, esboços, listas de corpos celestes, presságios, calendários, tábuas das horas do nascer e pôr-do-sol e dos planetas e previsões de eclipses.

Muitos destes textos mais tardios eram por natureza mais astrológicos que astronômicos. Os céus e os movimentos dos corpos celestes parecem ter sido uma preocupação essencial dos poderosos reis, sacerdotes do templo e povos da Terra, em geral. A contemplação de estrelas, ao que parece, deve ter tido como objetivo a descoberta nos céus de uma resposta para o curso dos acontecimentos na Terra - guerra, paz, abundância e fome.

Compilando e analisando centenas de textos do 1º. milênio a.C., R.C. Thompson (The Reports of the Magicians and Astrologers of Nineveh and Babylon) [Os Relatos dos Mágicos e Astrólogos de Nínive e Babilônia] foi capaz de demonstrar que estes contempladores de estrelas estavam preocupados com os destinos da terra, dos seus povos e dos seus governantes, de um ponto de vista nacional, e não com os destinos individuais (ao contrário da astrologia "horoscópica" atual):

 

Quando a Lua no seu tempo previsto não for vista, haverá uma invasão de uma poderosa cidade.

Quando um cometa atinge a órbita do Sol, a inundação do solo será diminuída; por duas vezes acontecerão tumultos.

Quando Júpiter acertar com Vênus, as orações da Terra chegarão aos corações dos deuses.

Se o Sol permanece na estação da Lua, o rei da Terra estará seguro em seu trono.

 

Até esta astrologia requereu um conhecimento astronômico integrado e apurado, sem o qual nenhum presságio era possível. Os mesopotâmicos, na posse deste conhecimento, fizeram a distinção entre as estrelas "fixas" e os planetas que "vagueavam", e sabiam que o Sol e a Lua não eram nem estrelas fixas nem planetas comuns. Eles estavam familiarizados com cometas, meteoros e outros fenômenos celestes e podiam calcular as relações entre os movimentos do Sol, da Lua e da Terra e predizer eclipses. Seguiam os movimentos dos corpos celestes e relacionavam-nos com a órbita da rotação da Terra através do sistema helicoidal, ainda hoje em uso, que calcula o nascimento e o ocaso de estrelas e planetas nos céus da Terra em relação ao Sol.

Para acompanhar o desenvolvimento dos movimentos dos corpos celestes e de suas posições nos céus em relação à Terra e em relação de uns com os outros, os babilônios e assírios elaboraram efemérides precisas. Estas tábuas catalogavam e prediziam as posições futuras de corpos celestes. O prof. George Sarton (Chaldean Astronomy of the Last Three Centuries a.C.) [Astronomia Caldéia dos Últimos Três Séculos a.C.] descobriu que elas eram calculadas segundo dois métodos: um posterior, usado na Babilônia, e um mais antigo, vindo de Uruk. A inesperada descoberta revelou que o antigo método de Uruk era mais sofisticado e preciso do que o sistema posterior. O professor explica esta surpreendente situação concluindo que as noções astronômicas errôneas dos gregos e dos romanos resultaram da mudança para a filosofia que explica o mundo em termos geométricos, enquanto os sacerdotes-astrônomos da Caldéia seguiam as fórmulas e as tradições sumérias prescritas.

A descoberta das civilizações mesopotâmicas há 100 anos não deixa dúvidas de que, no campo da astronomia, como em tantos outros, as raízes profundas de nosso conhecimento estão na Mesopotâmia. Também neste campo nos aproximamos e damos continuidade à herança da Suméria.

As conclusões de Sarton foram reforçadas pelos estudos de largo alcance do prof. O. Neugebauer (Astronomical Cuneifonn. Texts) [Textos Cuneiformes Astronômicos], que se admirou ao descobrir que as efemérides, precisas como eram, não se baseavam em observações feitas pelos astrônomos babilônicos, que as preparavam. Em vez disso, eram calculadas "a partir de esquemas aritméticos fixos... que eram determinados e não podiam sofrer interferências dos astrônomos que os usavam".

Esta adesão automática a "esquemas aritméticos" foi adquirida com a ajuda de "textos de conduta" que acompanhavam as efemérides, os quais "forneciam as regras para calcular as efemérides passo a passo" de acordo com uma "estrita teoria matemática". Neugebauer concluiu que os astrônomos babilônicos ignoravam as teorias em que se baseavam as efemérides e seus cálculos matemáticos. Ele admitiu também que "a fundamentação empírica e teórica" destas tábuas precisas, em grande parte, escapa até aos eruditos de hoje. Ainda assim, ele está convencido de que "devem ter existido antigas teorias astronômicas, porque é impossível projetar esquemas de cálculo altamente complexos sem um plano muito elaborado".

 




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