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Os Nefilim - Povo dos Foguetes Faiscantes 2 страница



 

E o Senhor disse:

Que a Terra traga para fora ervas; cereais que por sementes produzem sementes; árvores de frutos que criem frutos por espécies, que contêm a semente dentro delas próprias.

 

E assim se fez:

A Terra trouxe para fora ervas; cereais que por semente produzem semente, por espécies; e árvores que criam frutos que contêm a semente dentro delas próprias, por espécies.

 

O livro do Gênesis prossegue dizendo-nos que o homem, expulso do pomar do Éden, teve de labutar para fazer crescer seu alimento. "Do suor da tua fronte, comerás o teu pão", disse o Senhor a Adão. Depois disso, "Abel foi o guardião de rebanhos e Caim um lavrador do solo". O homem, diz-nos a Bíblia, fez-se pastor pouco depois de se ter tornado agricultor.

Os eruditos concordam com esta seqüência bíblica de acontecimentos. Analisando as várias teorias referentes à domesticação animal, F.E. Zeuner (Domestication of Animais) [Domesticação de Animais] salienta que o homem não poderia ter "adquirido o hábito de guardar animais em cativeiro ou domesticação antes de ter alcançado o estágio de vivência em unidades sociais de certas proporções". Estas comunidades estabelecidas, um pré-requisito para a domesticação animal, seguiram-se à comutação para a agricultura.

O primeiro animal a ser domesticado foi o cão, e não necessariamente como o melhor amigo do homem, mas, provavelmente, também como fonte de alimentação. Isto ocorreu, acredita-se, cerca do ano 9.500 a.C. Os primeiros vestígios de esqueletos caninos foram encontrados no Irã, Iraque e Israel.

Os carneiros foram domesticados por volta da mesma época: a caverna de Shanidar contém vestígios de carneiros datados de cerca do ano 9.000 a.C., mostrando que todos os anos grande parte dos animais jovens eram mortos para alimentação e peles. As cabras, que forneciam também leite, seguiram-se brevemente; e os porcos, o gado com e sem chifres, foram os seguintes a serem domesticados.

Em qualquer circunstância, a domesticação começou no Oriente Médio.

A mudança abrupta no curso dos acontecimentos humanos que ocorreram cerca do ano 11.000 a.C. no Oriente Médio (e uns 2.000 anos mais tarde na Europa) levou os estudiosos a descreverem esse tempo como o fim nítido da Antiga Idade da Pedra (o Paleolítico) e o começo de uma nova era cultural, a Média Idade da Pedra (o Mesolítico).

O nome é apenas apropriado se considerarmos o principal material bruto do homem, que continuava a ser a pedra. Suas habitações nas áreas montanhosas continuavam a ser construídas com pedra, suas comunidades eram protegidas por paredes de pedra, seu primeiro instrumento agrícola, a foicinha, foi feito em pedra. Ele honrava ou protegia seus mortos cobrindo e adornando suas sepulturas com pedras e usava pedra para fazer imagens de seres supremos, ou deuses, cuja benigna intervenção ele procurava. Uma dessas imagens, descoberta ao norte de Israel e datada do 9º. milênio a.C., mostra a face gravada de um deus protegido por um elmo listrado e vestindo uma espécie de "óculos".

No entanto, de um ponto de vista generalizante, seria mais apropriado chamar à idade que começou cerca do ano 11.000 a.C., não Média Idade da Pedra, mas Idade da Domesticação. Dentro do curto período de tempo de 3.600 anos - o espaço de uma noite em termos de um infindável começo - o homem tornou-se agricultor e as plantas e os animais selvagens foram domesticados. Depois, seguiu-se claramente uma nova idade. Os nossos eruditos chamam-lhe a Nova Idade da Pedra (Neolítico); mas o termo é totalmente inadequado, uma vez que a maior mudança que teve lugar por volta do ano 7.500 a.C. foi o aparecimento da cerâmica.

Por razões que ainda escapam a nossos eruditos - mas que se tornarão claras à medida que formos desenrolando nossa teia de acontecimentos pré-históricos -, a marcha do homem em direção à civilização foi confinada, durante os primeiros milênios subseqüentes ao ano 11.000 a.C., aos planaltos do Oriente Médio. A descoberta dos vários usos a dar à argila foi contemporânea à descida do homem das suas moradias nas montanhas em direção aos vales mais baixos e cheios de barro.

 

 

Por volta do 7º. milênio a.C., o arco de civilização do Oriente Médio fervilhava de culturas de cerâmica em argila que produziam grande número de utensílios, ornamentos e estatuetas. Por volta do ano 5.000 a.C., o Oriente Médio produzia objetos de argila e cerâmica de soberba qualidade e desenho fantástico.

Mas, uma vez mais, o progresso se desacelera, e, por volta do ano 4.500 a.C., a evidência arqueológica indica que a regressão vigorava por toda a parte. A cerâmica simplificou-se. Os utensílios de pedra - uma relíquia da Idade da Pedra - tornam-se, de novo, predominantes. Locais antes habitados revelam vestígios cada vez mais raros. Alguns locais que foram centros de indústrias de cerâmica e argila começaram a ser abandonados e a produção característica de argila desapareceu. "Houve um empobrecimento geral da cultura", segundo James Melaart (Earliest Civilizations of the Near East) [As Mais Novas Civilizações do Oriente Médio]; alguns locais revelam claramente as marcas da "nova fase de estrita pobreza".

O homem e sua cultura estavam nitidamente em declínio.

Depois - súbita, inesperada e inexplicavelmente -, o Oriente Médio foi testemunha do florescimento da mais grandiosa civilização imaginável, uma civilização na qual a nossa tem firmes raízes.

Uma mão misteriosa salvou uma vez mais o homem do seu declínio e elevou-o até um nível mais alto de cultura, conhecimento e civilização.

 

A Súbita Civilização

Durante muito tempo, o homem do Ocidente acreditou que sua civilização era dádiva conjunta de Roma e da Grécia. Mas os próprios filósofos gregos escreveram repetidamente que se inspiraram em fontes ainda mais remotas. Mais tarde, os viajantes de regresso à Europa falaram da existência no Egito de imponentes pirâmides e cidades-templos meio enterradas na areia e guardadas por estranhos animais de pedra chamados esfinges. Quando Napoleão chegou ao Egito, em 1799, levou com ele eruditos para estudar e explicar esses antigos monumentos. Um dos seus oficiais, perto de Rosetta, encontrou uma placa de pedra na qual estava gravada a proclamação do ano 196 a.C., escrita na antiga letra pictográfIca egípcia. (hieróglifos), assim como em dois outros escritos.

A decifração dos antigos escritos e língua egípcios e os esforços arqueológicos que se seguiram revelaram ao homem do Ocidente que existira no Egito uma alta civilização bastante anterior ao advento da civilização grega. Os registros egípcios falam de dinastias egípcias que começaram por volta do ano 3.100 a.C. - dois milênios inteiros antes do início da civilização helênica. Alcançando sua maturidade nos séculos 5 e 4 a.C., a Grécia foi mais retardatária do que inovadora.

O Egito foi então a origem da nossa civilização?

Por mais lógica que esta conclusão pudesse ter sido, a verdade é que os fatos falam contra ela. Os eruditos gregos descreveram, realmente, visitas ao Egito, mas as antigas fontes do conhecimento de que eles falam foram encontradas noutro local. As culturas pré-helênicas do mar Egeu­ - a minóica, na ilha de Creta, e a micênica, no continente grego - dão provas de que foi adotada a cultura do Oriente Médio, e não a egípcia. A Síria e a Anatólia, não o Egito, foram as principais avenidas através das quais uma civilização mais remota se colocou à disposição dos gregos.

Notando que a invasão dória da Grécia e a invasão israelita de Canaã, seguindo-se ao êxodo do Egito, ocorreram por volta da mesma época (século 13 a.C.), os eruditos ficaram fascinados por descobrir um número crescente de semelhanças entre as civilizações semita e helênica. O prof. Cyrus H. Gordon (Forgotten Scripts: Evidence for the Minoan Language) [Manuscritos Esquecidos: Evidência da Linguagem Minóica] abriu um novo campo de estudo mostrando como um antigo escrito minóico, chamado "Linear A", representava uma linguagem semita. Ele concluiu que "o padrão (distinto do conteúdo) das civilizações hebraica e minóica é o mesmo até um razoável limite", e salientou que o nome da ilha, Creta, soletrado em minóico, Ke-re-ta, era o mesmo que o designado pela palavra hebraica "Ke-re-et" ("cidade emparedada") e tinha sua correspondente num conto semita de um rei de Keret.

O próprio alfabeto helênico, do qual o latino e os nossos próprios alfabetos derivam, veio do Oriente Médio. Os antigos historiadores gregos escrevem que um fenício chamado Kadmus ("antigo") lhes ofereceu o alfabeto que compreendia o mesmo número de letras e pela mesma ordem que o hebraico; este era o único alfabeto grego quando a Guerra de Tróia teve lugar. O número de letras foi aumentado para 26 pelo poeta Simónides de Ceos no século 5 a.C.

Que a escrita grega e latina e, deste modo, toda a fundação da nossa cultura ocidental foram adotadas do Oriente Médio pode ser facilmente demonstrado pela comparação entre a ordem, os nomes, os sinais e até os valores numéricos do alfabeto original do Oriente Médio com o muito posterior alfabeto grego e o mais recente alfabeto latino.

Os eruditos tinham consciência clara dos contatos gregos com o Oriente Médio no 1º. milênio a.C., culminando com a derrota dos persas por Alexandre da Macedônia em 331 a.C. Os registros gregos contêm muitas informações acerca destes persas e das suas terras (que, grosso modo, se equiparam ao Irã de hoje). A julgar pelos nomes dos seus reis - Ciro, Dario e Xerxes - e das suas deidades, que parecem pertencer ao ramo lingüístico indo-europeu, os eruditos chegaram à conclusão de que eles eram parte do povo ariano (senhorial), que apareceu em algum lugar perto do mar Cáspio, por volta do fim do 2º. milênio a.C., e se espalhou para o oeste, para a Ásia Menor, para leste, em direção à Índia, e para o sul, para aquilo a que o Antigo Testamento chama as "terras de medos e persas".

 

 

No entanto, nem tudo foi assim tão simples. A despeito da assumida origem estrangeira destes invasores, o Antigo Testamento trata-os como parte e parcela dos acontecimentos bíblicos. Ciro, por exemplo, foi considerado como sendo "consagrado por Javé" - uma relação bastante invulgar entre o Deus hebreu e um Deus não hebreu. De acordo com o livro bíblico de Esdras, Ciro tomou conhecimento da sua missão de reconstruir o Templo de Jerusalém e afirmou que agia segundo ordens de Javé, a quem ele chamava "o Deus dos Céus".

 

 

Ciro e os outros reis da sua dinastia auto-intitularam-se Aquemênidas - título adotado pelo fundador da dinastia, Hacham-Anish. Não era um título ariano, mas um título perfeitamente semita que significava "homem sensato". De modo geral, os eruditos negligenciaram a investigação das várias pistas que podem indicar as semelhanças entre o Deus hebreu Javé e a deidade Aquemênida chamada "O Deus Sensato", que eles representaram flutuando nos céus dentro de um globo alado, tal como é mostrado no selo real de Dario.

Foi agora estabelecido que as raízes culturais, religiosas e históricas destes antigos persas remontam aos antigos impérios da Babilônia e Assíria, cuja expansão e queda estão registradas no Antigo Testamento. Os símbolos que constituem o manuscrito que apareceu nos monumentos e selos aquemênidos foram primeiramente considerados como sendo desenhos decorativos. Engelbert Kampfer, que visitou, em 1686, Persépolis, a velha capital persa, descreveu os sinais como cuneiformes, ou impressões em forma de cunha.

Quando começaram os esforços de decifração das inscrições aquemênidas, tornou-se claro que elas estavam escritas no mesmo tipo de escrita que as inscrições encontradas em antigos artefatos e barras na Mesopotâmia, nas planícies e planaltos que ficam entre os rios Tigre e Eufrates.

Intrigado pelas descobertas dispersas, Paul Emile Botta partiu em 1843 para conduzir a primeira escavação de grande objetivo. Ele escolheu um local na Mesopotâmia do Norte, próximo do atual Mossul, agora chamado Khorsabad.

Botta em pouco tempo conseguiu estabelecer que as inscrições cuneiformes davam o nome ao lugar de Dur Sharru Kin. Eram inscrições semitas, numa língua irmã do hebreu, e o nome significava "cidade emparedada do rei íntegro". Nossos manuais chamam a este rei Sargão II.

 

 

Esta capital do rei assírio tinha como centro um magnificente palácio real cujas paredes estavam desenhadas com baixos-relevos esculpidos, que, colocados em fila, se estenderiam por mais de um quilômetro. A comandar a cidade e o conjunto real havia uma pirâmide de degraus chamada zigurate - servia como "escada para os céus" para os deuses.

O plano da cidade e as esculturas revelam-nos um modo de vida de alto nível. Palácios, templos, casas, estábulos, armazéns, paredes, cancelas, colunas, decorações, estátuas, obras de arte, torres, rampas, terraços, jardins - tudo isso foi completado em apenas cinco anos. De acordo com Georges Contenau (La Vie Quotidienne à Babylone et en Assyrie) [A Vida Quotidiana na Babilônia e na Assíria], "a imaginação vacila ante a força potencial de um império que pôde realizar tanto em tão curto período de tempo", há cerca de 3.000 anos.

Para não serem ultrapassados pelos franceses, os ingleses apareceram em cena na pessoa de Sir Arthur Henry Layard, que escolheu como seu local de trabalho um lugar a cerca de 16 quilômetros ao longo do rio Tigre a partir de Khorsabad. Os nativos chamam-lhe Kuyunjike e transformou-­se na capital assíria de Nínive.

Nomes e acontecimentos bíblicos começaram a ganhar vida. Nínive era a capital real da Assíria sob os seus três últimos grandes governantes: Senaqueribe, Asaradão e Assurbanipal. "Agora, no décimo quarto ano do rei Ezequias, Senaqueribe, rei da Assíria, levantou-se contra todas as cidades emparedadas de Judá", relata o Antigo Testamento (II Reis 18: 13), e, quando o anjo do Senhor reuniu o seu exército, "Senaqueribe partiu e regressou e assentou morada em Nínive".

Os morros onde Nínive foi construída por Senaqueribe e Assurbanipal revelam palácios, templos e obras que ultrapassam os de Sargão. A área onde se acredita estar o espólio dos palácios de Asaradão não pode ser escavada porque é agora uma mesquita muçulmana erigida sobre o lugar fúnebre que se pretende fazer passar pelo de Jonas, o Profeta, que se diz ter sido engolido por uma baleia quando se recusou a trazer a mensagem de Javé para Nínive.

Layard lera em antigos registros gregos que um oficial do exército de Alexandre vira "um lugar de pirâmides e vestígios de uma cidade antiga”

- uma cidade que já estava enterrada no tempo de Alexandre. Layard escavou-a e viu-se que era Nimrud, o centro militar assírio. Foi lá que Shalmaneser II fez erigir um obelisco para registrar suas conquistas e expedições militares. Agora em exibição no Museu Britânico, o obelisco lista, entre os reis obrigados a pagar tributo, "Jeú, o filho de Omri, rei de Israel ".

De novo, as inscrições mesopotâmicas e os textos bíblicos se apóiam mutuamente.

Estupefatos por uma corroboração progressivamente mais freqüente das narrativas bíblicas pelos achados arqueológicos, os assiriologistas, como se vieram a chamar estes eruditos, voltaram ao capítulo X do livro do Gênesis. Aí, Nimrod - "um poderoso caçador pela graça de Javé" - é descrito como fundador de todos os reinos da Mesopotâmia.

 

E o começo do seu reino:

Babel, Erech e Akkad, todas na Terra de Shin'ar

Daquela terra foi emanado Ashur onde Nínive foi construída, uma cidade de largas ruas, e Khalah, e Ressen - a grande cidade entre Nínive e Khalah.

 

Havia realmente um morro a que os nativos chamavam Calah, situado entre Nínive e Nimrud. Quando as equipes sob as ordens de W. Andreas escavaram a área de 1903 a 1914, desenterraram as ruínas de Ashur, o centro religioso assírio e sua remotíssima capital. De todas as cidades assírias mencionadas na Bíblia, apenas Ressen está por descobrir. O nome significa "o freio do cavalo"; era provavelmente aí que estavam localizados os estábulos reais da Assíria.

Por volta da mesma época, quando Ashur estava sendo escavada, equipes dirigidas por R. Koldewei completavam a escavação da Babilônia ­a Babel bíblica -, um vasto local de palácios, templos, jardins suspensos e o inevitável zigurate. Em breve, os artefatos e inscrições desvendaram a história de dois impérios competidores da Mesopotâmia: a Babilônia e a Assíria, uma centrada ao sul, outra ao norte.

Ascendendo e caindo, lutando e coexistindo, os dois impérios constituíram uma alta civilização que abarcou cerca de 1.500 anos; ambos ascendendo por volta do ano 1.900 a.C. Ashur e Nínive foram, finalmente, capturadas e destruídas pelos babilônios em 614 e 612 a.C., respectivamente. Tal como foi predito pelos profetas bíblicos, a própria Babilônia encontrou um fim inglório quando Ciro, o Aquemênidas, a conquistou em 539 a.C.

Embora fossem rivais ao longo de toda a sua história, só muito dificilmente se poderiam deslindar algumas diferenças significantes entre a Assíria e a Babilônia nos campos cultural e material. Apesar de a Assíria chamar à sua deidade principal Ashur ("o que vê tudo") e a Babilônia aclamar Marduk ("filho do puro morro"), os panteões eram, pelo contrário, virtualmente semelhantes.

Muitos dos museus do mundo contam entre os seus objetos de exposição privilegiados as passagens cerimoniais, touros alados, baixos-relevos, carros de batalha, ferramentas, utensílios, joalheria, estátuas e outros objetos fabricados em todos os materiais concebíveis que foram desenterrados dos morros da Assíria e da Babilônia. Mas os verdadeiros tesouros destes reinos são os seus registros escritos: milhares e milhares de inscrições na escrita cuneiforme, incluindo contos cosmológicos, poemas épicos, histórias de reis, registros de templos, contratos comerciais, registros de casamentos e divórcios, tábuas astronômicas, previsões astrológicas, fórmulas matemáticas, listas geográficas, textos escolares, gramaticais e vocabulares, e, não inferiores aos restantes, textos tratando dos nomes, genealogias, epítetos, feitos, poderes e deveres dos deuses.

A língua comum que formou o elo cultural, histórico e religioso entre a Assíria e a Babilônia foi a acádica. Foi a primeira língua semita conhecida, semelhante, mas precedente da hebraica, da aramaica, da fenícia e da cananita. Mas os assírios e os babilônios não reivindicavam a invenção da língua ou de sua escrita; de fato, muitas de suas barras têm como post scriptum a indicação de que foram copiadas de outros originais mais remotos.

Então, quem inventou a escrita cuneiforme e desenvolveu a língua, a sua precisa gramática e rico vocabulário? Quem escreveu os "remotos originais"? E por que os assírios e babilônios chamavam essa língua de acádica?

A atenção focaliza-se mais uma vez no livro do Gênesis. "E o princípio do seu reino: Babel e Erech e Akkad." Akkad - poderia ter existido realmente uma capital real, precedendo Babilônia e Nínive?

As ruínas da Mesopotâmia forneceram provas concludentes de que outrora existiu realmente um reino com o nome de Akkad estabelecido por governantes muito anteriores que se chamavam a si próprios sharrukin ("o íntegro governante"). Em suas inscrições ele clamava que o seu império se alargara ("pela graça do seu deus Enlil") desde o mar Inferior (golfo Pérsico) até ao mar Superior (que se crê ser o Mediterrâneo). Gabava-se de "que ao desembarcadouro de Akkad ele fizera atracar navios" de muitas terras distantes.

Os eruditos estacaram respeitosos: tinham alcançado um Império Mesopotâmio no 3º. milênio a.C. Havia, no passado, um salto de uns 2.000 anos desde o Sargão assírio de Dur Sharrukin até o Sargão de Akkad. E, no entanto, os morros que foram escavados trouxeram à luz do dia literatura e arte, ciência e política, comércio e comunicações - uma civilização totalmente prestes a voar do ninho, muito antes do aparecimento da Babilônia e da Assíria. E ainda mais, era obviamente o predecessor e a fonte das tardias civilizações mesopotâmicas - a Assíria e a Babilônia eram apenas ramos do tronco acádico.

O mistério de uma civilização mesopotâmica tão remota tornou-se mais profundo à medida que as inscrições registrando as realizações e genealogia de Sargão e de Akkad foram sendo descobertas. Elas testemunham que o título completo de Sargão era "rei de Akkad, rei de Kish"; explicaram que antes de ele ter subido ao trono fora conselheiro dos "governantes de Kish". Haveria, então, perguntaram-se os estudiosos, um reino ainda anterior, o de Kish, que precederia o de Akkad?

Uma vez mais, os versos bíblicos ganham em significação.

 

E Kush criou Nimrod;

Ele era o primeiro a ser um herói na Terra...

E o início do seu reino:

Babel e Erech e Akkad.

 

Muitos estudiosos especularam que Sargão de Akkad era o bíblico Nimrod. Se se lesse "Kish" em vez de "Kush" nos versos bíblicos acima transcritos, pareceria que Nimrod fora de fato precedido por Kish, como Sargão clamava. Os estudiosos começaram, então, a aceitar literalmente o resto de suas inscrições: "Ele derrotou Uruk e atirou abaixo o seu muro... foi vitorioso na batalha com os habitantes de Ur... ele derrotou todo o território desde Lagash até alcançar o mar".

Seria o Erech bíblico idêntico ao Uruk das inscrições de Sargão? Como o local agora chamado Warka estava já desenterrado, descobriu-se que era este o caso. E o Ur a que se refere Sargão não era outro senão o bíblico Ur, o local mesopotâmico de nascimento de Abraão.

As descobertas arqueológicas não justifIcaram só os registros bíblicos; pareceu também como certo que devem ter existido reinos e cidades e civilizações na Mesopotâmia mesmo antes do 3º. milênio a.C. A única questão era: até quando teríamos de recuar para descobrir o primeiro reino civilizado?

A chave que solucionaria o quebra-cabeça seria mais uma vez lingüística.

 

Os eruditos rapidamente concluíram que os nomes tinham significado não só em hebreu e no Antigo Testamento, mas ao longo de todo o antigo Oriente Médio. Todos os nomes acádicos, babilônios e assírios de pessoas e lugares tinham significado. Mas os nomes de governantes que precederam Sargão de Akkad não faziam sentido algum: o rei em cuja corte Sargão fora conselheiro chama-se Urzababa; o rei que reinara em Erech chamava-se Lugalzagesi, e assim por diante.

Realizando uma conferência perante a Real Sociedade Asiática, em 1853, Sir Henry Rawlinson salientou que estes nomes não eram nem semitas nem indo-europeus; de fato, "eles parecem pertencer a um grupo não conhecido de línguas ou povos". Mas, se os nomes tinham um significado, qual era a misteriosa língua que possuíam?

Os eruditos lançaram um novo olhar às inscrições acádias. Basicamente, a escrita cuneiforme acádia era silábica: cada sinal representava uma sílaba inteira (ab, ba, bat etc.). No entanto, a escrita tornou amplo o uso de sinais que não eram sílabas fonéticas, mas convencionavam os significados de "deus" "cidade" "campo " ou "vida", "exaltado" e semelhantes. A única explicação possível para este fenômeno era que eles seriam os vestígios de um método de escrita mais remota que utilizava a pictografia. A língua acádia, então, devia ter sido precedida por uma outra língua que usava um método de escrita semelhante ao dos hieróglifos egípcios.

Tornou-se rapidamente óbvio que estava envolvida não só uma remota forma de escrita, mas também uma remota língua. Os eruditos descobriram que as inscrições e textos acádios faziam grande uso de palavras de empréstimo - palavras emprestadas a uma outra língua, intactas, do mesmo modo que um francês moderno usaria a palavra inglesa week-end. Isto era especialmente verdadeiro quando estava envolvida uma terminologia científica ou técnica, e também em assuntos relativos aos deuses e aos céus.

Uma das maiores descobertas de textos acádios foram as ruínas da biblioteca concentrada em Nínive por Assurbanipal; Layard e seus colegas retiraram do local 25 mil barras, muitas das quais eram descritas pelos antigos escribas como cópias de "velhos textos". Um grupo de 23 barras terminava com a afirmação "23ª. barra: língua de shumer não modificada". Outro texto comporta uma afirmação enigmática do próprio Assurbanipal:

 




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