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Aterrissagem no Planeta Terra 10 страница



 

E a Divindade sentiu o tentador perfume

E disse em seu coração:

Não mais amaldiçoarei a terra seca

Por causa dos terráqueos;

Porque o desejo de seu coração é mau desde a juventude.

 

O "feliz final" está tão cheio de contradições como a própria história do dilúvio. Começa com uma longa acusação formal da humanidade por várias abominações, incluindo a degradação da pureza dos deuses mais jovens. Uma decisão grave, como foi a de fazer perecer toda a carne, é tomada e parece completamente justificada. Então, a mesma Deidade apressa-se nuns simples sete dias para se assegurar que a semente da humanidade e de outras criaturas não pereça. Quando o trauma termina, a Deidade é seduzida pelo odor da carne assada e, esquecendo sua determinação original de pôr fim à humanidade, anula todo o processo com uma desculpa, colocando a culpa dos maus desejos do homem em sua juventude.

Estas incômodas dúvidas sobre a veracidade da história dispersam-se, contudo, quando compreendemos que a narrativa bíblica é uma versão editada do relato original sumério. Como em outras circunstâncias, a Bíblia monoteísta comprimiu numa só divindade os papéis representados por vários deuses que nem sempre estavam de acordo.

A história bíblica do dilúvio era a única versão do acontecimento, apoiada apenas por mitologias primitivas fragmentadas de todo o mundo, até as descobertas arqueológicas da Mesopotâmia e a decifração da literatura acádia e suméria. A descoberta da "Epopéia da Criação" acádia colocou o conto do dilúvio do Gênesis em mais antiga e venerável companhia, mais adiante salientada pelas posteriores descobertas de textos e fragmentos mais antigos do original sumério.

O herói do relato do dilúvio mesopotâmico era Ziusudra, em sumério (Utnapishtim, em acádio), que depois do dilúvio foi levado para o domicílio celestial para aí viver feliz para todo o sempre. Quando, à procura da imortalidade, Gilgamesh finalmente alcançou o local, ele procurou o conselho de Utnapishtim sobre o tema da vida e da morte. Utnapishtim revelou a Gilgamesh, e por ele a toda a humanidade pós-diluviana, o segredo de sua sobrevivência, "um assunto oculto, um segredo dos deuses” - a verdadeira história (poderíamos dizê-lo) do grande dilúvio.

O segredo revelado por Utnapishtim era que, antes da fúria do dilúvio, os deuses reuniram-se em conselho e votaram a destruição da humanidade. O voto e a decisão foram mantidos em segredo. Mas Enki procurou Utnapishtim, o governante de Shuruppak, para informá-lo da calamidade que se aproximava. Adotando métodos clandestinos, Enki falou a Utnapishtim por detrás de um painel de juncos. A princípio, suas revelações eram secretas. Depois seu aviso e conselho foram proferidos claramente:

 

Homem de Shuruppak, filho de Ubar-Tutu:

Desfaz em pedaços a casa, constrói um barco!

Desiste das riquezas, procura vida!

Abandona os haveres, mantém viva a alma!

A bordo do barco tu levarás a semente de todas as coisas vivas;

O barco que tu construíres –­

Suas dimensões serão sob medida.

 

Os paralelos com a história bíblica são óbvios. Um dilúvio aproxima-se; um homem é avisado com antecedência; ele deve salvar-se a si próprio preparando um barco especialmente construído; com ele deverá levar e salvar "a semente de todas as coisas vivas". Ainda assim, a versão babilônica é mais plausível. A decisão de destruir e o esforço para salvar não são atos contraditórios da mesma e única deidade, mas atos de diferentes pessoas divinas. Além disso, avisar com antecedência e salvar a semente do homem é o ato arrojado de um deus (Enki) agindo em segredo e contrariamente à decisão conjunta dos outros grandes deuses.

Por que se arriscou Enki desafiando os outros deuses? Estaria preocupado, unicamente, com a preservação de suas “maravilhosas obras de arte", ou terá ele agido contra o ambiente de rivalidade e hostilidades crescentes entre ele e seu irmão Enlil?

A existência de tal conflito entre os dois irmãos é bem esclarecida na história do dilúvio.

Utnapishtim colocou a Enki a questão óbvia: como podia ele, Utnapishtim, explicar aos outros cidadãos de Shuruppak a construção de um navio de tão estranha forma e o abandono de todas as riquezas? Enki aconselhou -o:

 

Tu falarás assim para eles:

Soube que Enlil me hostiliza,

De modo que não posso residir em vossa cidade,

Nem colocar meu pé no território de Enlil.

Assim, ao Apsu eu descerei,

Para residir com meu Senhor Ea.

 

A desculpa seria que, sendo seguidor de Enki, Utnapishtim já não podia residir na Mesopotâmia e, por conseguinte, estava construindo um barco no qual tencionava navegar para o Mundo Inferior (África Meridional, de acordo com nossas descobertas) para morar com seu Senhor, Ea/Enki. Os versos que se seguem a este momento sugerem que a região sofria uma estiagem ou fome; Utnapishtim (a conselho de Enki) devia assegurar aos residentes da cidade que, se Enlil o visse partir, "a terra voltaria [de novo] a se encher dos bens da colheita". Esta desculpa fez sentido aos olhos dos outros residentes da cidade.

Assim iludida, a gente da cidade não questionou e até deu uma ajuda na construção da arca. Matando e servindo-lhes novilhos e carneiros "todos os dias" e prodigalizando-lhes "mosto, vinho tinto, azeite e vinho branco", Utnapishtim encorajou-os a trabalhar mais rapidamente. Até as crianças foram pressionadas no sentido de carregarem betume para impermeabilização.

"No sétimo dia, o barco estava pronto. O lançamento foi muito difícil, e por isso eles tiveram de mudar de lugar as pranchas de cima e de baixo, até dois terços da estrutura ter penetrado na água" do Eufrates. Então Utnapishtim pôs toda sua família e parentela a bordo do barco, levando também "tudo o que possuía de todas as criaturas vivas", assim como "os animais do campo, as feras selvagens do campo". Os paralelos com o conto bíblico - até o pormenor do prazo de sete dias para a construção ­são claros. Avançando um passo para além de Noé, Utnapishtim conseguiu, no entanto, introduzir no navio todos os artífices que o ajudaram na construção.

Ele próprio apenas deveria subir para bordo a um certo sinal, cuja natureza Enki lhe tinha também revelado: um "tempo determinado" a ser fixado por Shamash, a deidade a cargo da qual estavam os foguetes faiscantes. Esta foi a ordem de Enki:

 

 

Quando Shamash, que ordena um estremecimento ao crepúsculo,

Fizer cair uma chuva de erupções ­ -

Sobe a bordo do barco, reforça a entrada.

 

Ficamos conjeturando a relação entre a decolagem de um foguete espacial por Shamash e a chegada do momento para Utnapishtim subir a bordo da sua arca e trancar-se em seu interior. Mas o momento chegou; o foguete espacial causou realmente um "estremecimento ao crepúsculo"; houve uma chuva de erupções. Utnapishtim "fechou todo o barco" e "entregou toda a estrutura e seu conteúdo" para "Puzur-Amurri, o Barqueiro".

A tempestade veio "com o primeiro raio da alvorada". Houve um medonho trovão. Uma nuvem negra elevou-se no horizonte. A tempestade despedaçou as colunas das construções e dos molhes; depois os diques cederam. Seguiu-se a escuridão, "transformando em negrura tudo o que fora luz"; e "a larga terra foi quebrada como um pote".

Durante seis dias e seis noites soprou a "tempestade sul".

 

Reunindo velocidade enquanto soprava,

Submergindo as montanhas,

Surpreendendo o povo como uma batalha...

Quando o sétimo dia chegou,

A tempestade sul trazendo a inundação

Amainou a batalha

Que travara como um exército.

O mar aquietou-se,

A tempestade quedou-se,

A inundação cessou.

Eu olhei para o tempo.

A tranqüilidade reaparecera.

E toda a humanidade regressara à argila.

 

A vontade de Enlil e da assembléia dos deuses fora cumprida.

Mas, desconhecido para eles, o plano de Enki tinha também dado resultado: flutuando em tempestuosas águas havia uma embarcação contendo homens, mulheres, crianças e outras criaturas vivas.

Com a tempestade terminada, Utnapishtim "abriu uma escotilha; a luz caiu sobre sua face". Olhou à volta; "a paisagem estava tão nivelada como um telhado plano". Inclinando-se profundamente, sentou-se e chorou, "lágrimas rolando pela minha face". Ele olhou procurando uma linha de costa na extensão do mar, e não viu nenhuma. Então:

 

Aí emergiu uma região montanhosa;

No monte da Salvação, o barco fez uma paragem;

O monte Nisir ("salvação") reteve o barco,

Não permitindo o movimento.

 

Durante seis dias Utnapishtim vigiou através da arca imobilizada, presa nos picos do monte da Salvação, os picos bíblicos de Ararat. Depois, tal como Noé, enviou uma pomba à procura de um local de repouso, mas ela regressou. Uma andorinha largou vôo e veio de volta. Depois foi solto um corvo, e ele voou para longe, encontrando um local de repouso. Utnapishtim, nessa altura, libertou todas as aves e todos os animais que estavam com ele, e se encaminhou para o exterior. Construiu um altar "e ofereceu um sacrifício", tal como Noé fizera.

Mas aqui aparece, de novo, e inesperadamente, a diferença entre a única e as múltiplas deidades. Quando Noé ofereceu seu sacrifício de fogo, "Javé sentiu o tentador perfume"; mas quando foi a vez de Utnapishtim oferecer um sacrifício, "os deuses sentiram o aroma, os deuses sentiram o doce aroma. Os deuses juntaram-se como moscas sobre o sacrificado”.

Na versão do Gênesis, foi Javé quem fez o voto solene de nunca mais voltar a destruir a humanidade. Na versão da Babilônia, foi a grande deusa quem prometeu: "Eu não esquecerei... Lembrar-me-ei destes dias, nunca os olvidando".

Este não era, no entanto, o problema imediato. Quando Enlil, finalmente, apareceu em cena, não estava preocupado com alimento. Estava louco para descobrir se alguém sobrevivera. "Escapou algum ser vivo? Nenhum homem poderia ter sobrevivido à destruição!”

Ninurta, seu filho e herdeiro, apontou imediatamente um dedo suspeitoso para Enki. "Quem, além de Ea, pode arquitetar planos? Só Ea é o único que sabe de todos os assuntos." Longe de se furtar à acusação, Enki irrompeu num dos mais eloqüentes discursos de defesa jamais feitos. Elogiando Enlil por sua sabedoria e sugerindo que Enlil não podia com toda a certeza ser "irracional" - um realista - ele misturou negação com confissão. "Não fui eu quem revelou o segredo dos deuses"; "eu meramente deixei um homem, um homem 'excepcionalmente sensato', perceber por sua própria sabedoria de que se tratava o segredo dos deuses. E se de fato este terráqueo é tão sensato", sugeriu Enki a Enlil, "não ignoremos suas capacidades. Então, agora, tomem uma decisão a seu respeito!”

Tudo isto, relata a "Epopéia de Gilgamesh", era o "segredo dos deuses" que Utnapishtim contou a Gilgamesh. Ele informou então Gilgamesh do acontecimento final. Influenciado pelo argumento de Enki.

 

Enlil, em conseqüência, foi a bordo do navio.

Pegando-me pela mão, levou-me a bordo,

Ele levou minha mulher a bordo, fê-la ajoelhar-se a meu lado.

De pé, à nossa frente, ele tocou nossas frontes para nos abençoar:

Até aqui Utnapishtim não foi senão humano;

A partir daqui Utnapishtim e sua mulher

Estarão entre nós como deuses.

Utnapishtim residirá nas Lonjuras,

Na Boca das Águas!

 

E Utnapishtim concluiu sua história a Gilgamesh. Depois de ter sido levado para residir nas Lonjuras, Anu e Enlil:

 

Deram-lhe vida, como a um deus,

Elevaram-no à vida eterna, como a um deus.

 

Mas o que aconteceu à humanidade em geral? O conto bíblico termina com uma afirmação segundo a qual a Divindade permitiu e deu a bênção à humanidade para "ser fecunda e multiplicar-se". As versões mesopotâmicas da história do dilúvio terminam também com versos que abordam a procriação do gênero humano. Os textos parcialmente mutilados falam do estabelecimento de "categorias" humanas:

 

...Que haja uma terceira categoria entre os homens:

Que haja entre os humanos

Mulheres que concebem, e mulheres que não concebem.

 

Foram claramente estabelecidas novas diretrizes para as relações físicas:

 

Regras para a raça humana:

Que os homens... às virgens...

Que as donzelas...

Que os mancebos às virgens...

Quando o leito está feito,

Que a esposa e seu marido se deitem juntos.

 

Enlil fora vencido em tática. A humanidade fora salva e fora-lhe permitida a procriação. Os deuses franquearam a Terra ao gênero humano.

 

 

 




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