Em Bad-Tibira, estabelecida como um centro industrial, Enlil instalou seu filho Nannar/Sin no comando; os textos falam dele na lista de cidades como NU.GIG ("ele do céu noturno"). Aí, acreditamos, nasceram os gêmeos Inanna/Ishtar e Utu/Shamash, acontecimento assinalado pela associação de seu pai Nannar com a constelação zodiacal seguinte, os Gêmeos. Como deus especializado em foguetes, a Shamash foi associada a constelação GIR (significando tanto "foguete" e "garra do caranguejo" ou Câncer), seguida por Ishtar e pelo Leão, sobre o dorso do qual ela era tradicionalmente representada.
A irmã de Enlil e Enki, "a enfermeira" Ninhursag (SUD), não foi negligenciada; a seu cargo, Enlil colocou Shuruppak, o centro médico dos Nefilim - acontecimento assinalado pela designação de sua constelação "A Donzela" (Virgem).
Enquanto estes centros eram fundados, o acabamento de Nippur foi seguido pela construção do aeroporto espacial dos Nefilim sobre a Terra. Os textos tornam claro que Nippur era o local em que as "palavras" ordens - eram pronunciadas: aí, quando "Enlil ordenou: 'Para o céu!'... aquele que cintila sempre elevou-se como um foguete dos céus". Mas a própria ação teve lugar "onde Shamash se ergue", e aquele local- o "cabo Kennedy" dos Nefilim - era Sippar, a cidade a cargo do chefe das águias, onde foguetes de múltiplos estágios eram levantados do interior deste especial enclave, o "sagrado recinto".
Quando Shamash amadureceu para tomar o comando dos foguetes faiscantes, e a seu tempo também para se tornar o Deus da Justiça, a ele foram atribuídas as constelações Escorpião e Libra (a Balança).
Completando a lista das primeiras sete cidades dos deuses e a correspondência com as doze constelações zodiacais veio Larak, onde Enlil colocou seu filho Ninurta no comando. As listas da cidade chamam-lhe PA.BIL.SAG ("grande protetor"), o mesmo nome pelo qual é chamada a constelação Sagitário.
Seria pouco realista supor que as primeiras sete cidades dos deuses foram fundadas por acaso. Estes "deuses", capazes de realizar viagens espaciais, localizaram as primeiras colônias de acordo com um plano definido, servindo uma necessidade vital: tornar possível pousar na Terra e deixar a Terra para seu próprio planeta.
Qual era este plano-mestre?
Quando procuramos uma resposta, nos perguntamos: qual é a origem do símbolo astronômico e astrológico da Terra, um círculo bisseccionado por uma cruz de ângulos retos, o símbolo que usamos para significar "alvo"?
O símbolo remonta às origens da astronomia e da astrologia na Suméria I e é idêntico ao hieróglifo egípcio para "local".
Será isso coincidência ou significativa evidência? Teriam os Nefilim pousado na Terra sobrepondo em sua imagem ou mapa alguma espécie de "alvo"?
Os Nefilim eram estranhos à Terra. Quando do espaço esquadrinhavam sua superfície, devem ter prestado especial atenção às montanhas e cadeias montanhosas. Elas podiam representar incidentes inesperados por ocasião das aterrissagens e das decolagens, mas podiam também servir de marcos no terreno para a navegação.
Se os Nefilim, quando pairavam sobre o oceano Índico, olharam na direção da Terra Entre-os-Rios, que escolheram para suas primeiras tentativas de colonização, um marco de terreno lhes deve ter, indiscutivelmente, aparecido: o monte Ararat.
Como maciço vulcânico extinto, o Ararat domina o planalto armênio onde hoje se encontram as fronteiras da Turquia, Irã e Armênia Soviética. Ele se ergue nos lados oriental e setentrional acerca de 900 metros acima do nível do mar, e, no lado noroeste, a 1.500 metros. Todo o maciço tem cerca de 40km de diâmetro, um imponente cume salientando-se da superfície da terra.
Outras características o tornam proeminente não apenas no horizonte, mas também de cima, visto dos céus. Primeiro, está localizado entre dois lagos, o Van e o Se-Van. Segundo, dois picos se erguem do alto maciço: o Pequeno Ararat (3.900m) e o Grande Ararat (5.195m). Nenhuma outra montanha rivaliza com as solitárias alturas dos dois picos, que estão permanentemente cobertos de gelo. São como dois brilhantes faróis entre os dois lagos que, durante o dia, agem como refletores gigantes.
Temos razões para crer que os Nefilim selecionaram seu local de pouso coordenando um meridiano norte-sul com um iniludível marco de terreno e uma conveniente localização de raios. Ao norte da Mesopotâmia, o facilmente identificável Ararat com seus picos gêmeos devia ter sido o marco óbvio de terreno. Um meridiano desenhado através do centro do Ararat de picos gêmeos dividia ao meio o Eufrates. Esse era o alvo, o local escolhido para o aeroporto espacial.
Seria um local apropriado para aterrissagens e decolagens?
A resposta é sim. O local escolhido fica num plano; as cadeias de montanhas que rodeiam a Mesopotâmia se encontram a uma distância razoável. As mais altas (para leste, nordeste e norte) não atrapalhariam o pouso daquela espécie de ônibus espacial que vinha de sudeste.
Seria um local acessível? Astronautas e materiais poderiam ser trazidos até ali sem muita difIculdade?
De novo, a resposta é sim. O local podia ser atingido por terra e, via rio Eufrates, por missões aquáticas.
E mais uma pergunta decisiva: haveria por ali uma fonte de energia, de combustível para a força e a luz? A resposta é um enfático sim. A curva do rio Eufrates, onde seria fundada Sippar, era, na Antiguidade, uma das mais ricas fontes em betumes de superfície, produtos petrolíferos que vertem de poços naturais e podiam ser reconhecidos da superfície sem nenhuma escavação ou perfuração a grandes profundidades.
Podemos imaginar Enlil, rodeado por seus ofIciais no posto de comando da missão espacial, desenhando a cruz dentro de um círculo no mapa.
"Como vamos chamar a este local?", pode ter perguntado.
"Por que não Sippar?", alguém devia ter sugerido.
Nas línguas do Oriente Médio, o nome significava "pássaro". Sippar era o local onde as Águias viriam fazer ninho.
Como pousariam os ônibus espaciais em Sippar?
Podemos visualizar um dos navegadores espaciais apontando a melhor rota: à esquerda, eles tinham o Eufrates e o planalto montanhoso a oeste deste; à direita, o Tigre e a cadeia Zagros a leste deste. Se a nave devia aproximar-se de Sippar ao ângulo relativamente simples de 45° em relação ao meridiano de Ararat, seu caminho leva-la-ia seguramente entre estas duas zonas acidentadas. Além disso, entrando na Terra com tal ângulo, a nave atravessaria ao sul por sobre a orla rochosa da Arábia em alta altitude e começaria seu pouso por sobre as águas do golfo Pérsico. Indo e vindo, a missão teria um campo de visão e comunicação desobstruído com o Controle da Missão em Nippur.
O oficial de Enlil faria então um rápido esboço - um triângulo com águas e montanhas nos lados, apontando com uma seta na direção de Sippar. Um "X" assinalaria Nippur, no centro.
Por mais incrível que possa parecer, este esboço não foi feito por nós; o desenho estava delineado num objeto de cerâmica desenterrado em Susa, num estrado datado de cerca do ano 3.200 a. C. Ele dá a idéia do planisfério que descrevia a rota de vôo e os procedimentos, baseados em segmentos de 45°.
O estabelecimento de colônias na Terra pelos Nefilim não constituiu uma tentativa a esmo. Todas as alternativas foram estudadas, todas as soluções avaliadas, todos os acasos levados em conta; além disso, o próprio plano de colonização foi cuidadosamente esquematizado para que cada local se adequasse à forma final, cujo objetivo era esboçar o caminho de aterrissagem para Sippar.
Ninguém antes tentou reconhecer um plano-mestre nas dispersas colônias sumérias. Mas, se olharmos para as primeiras sete cidades fundadas, descobrimos que Bad-Tibira, Shuruppak e Nippur ficam situadas numa linha que corre precisamente a um ângulo de 45° do meridiano de Ararat, e essa linha atravessava o meridiano exatamente em Sippar! As outras duas cidades cujas localizações são conhecidas, Eridu e Larsa, ficam também situadas numa outra linha reta que atravessa a primeira e o meridiano de Ararat também em Sippar.
Orientando-nos pelo antigo esboço que faz de Nippur o centro de um círculo, e desenhando circunferências concêntricas a Nippur através das várias cidades, descobrimos que outra antiga cidade suméria, Lagash, estava localizada exatamente num destes círculos - numa linha eqüidistante desde a linha de 45°, como a reta Eridu-Larsa-Sippar. A localização de Lagash reflete a de Larsa.
Embora o local de LA.RA.AK ("vendo brilhante halo") permaneça desconhecido, o lugar lógico para ela seria no ponto 5, uma vez que lá situava-se a Cidade dos Deuses, completando o anel de cidades na rota central do vôo em intervalos de seis bem: Bad-Tibira, Shuruppak, Nippur, Larak, Sippar.
1. Eridu
2. Larsa
3. Nippur
4. Bad-Tibira
5. Larak
6. Sippar
7. Shuruppak
8. Lagash
As duas linhas de fora, flanqueando a linha central que passa por Nippur, ficam a 6° em cada lado dela, atuando como delimitadores sudoeste e nordeste da rota central de vôo. Apropriadamente, o nome LA.AR.SA significava "vendo a luz vermelha"; e LA.AG.ASH significava "vendo o halo em seis". As cidades ao longo de cada linha estavam, na verdade, a seis bem (aproximadamente 60km) de distância umas das outras.
Este, acreditamos, era o plano-mestre dos Nefilim. Tendo escolhido a melhor localização para seu aeroporto espacial (Sippar), fundaram as outras colônias de uma forma que delineia a rota de vôo vital para eles. No centro, colocaram. Nippur, onde se localizava o "elo céu-terra".
Nem as cidades originais dos deuses nem seus vestígios poderão ser vistos de novo pelo homem - tudo isso foi destruído pelo dilúvio; que mais tarde assolou a terra. Mas podemos saber muito deles, porque era sagrado dever dos reis da Mesopotâmia reconstruir continuamente os recintos sagrados exatamente no mesmo ponto e de acordo com os planos originais. Os reconstrutores enfatizam sua escrupulosa fidelidade aos planos originais nas inscrições de consagração como nesta (descoberta por Layard), que afirma:
O eterno plano de base,
Aquele que para o futuro
A construção determinou
[Eu segui].
É aquele que suporta
Os desenhos dos vetustos tempos
E a escritura dos céus superiores
Cidades de acordo com a função
O Aeroporto espacial .
Controle de missão
O Esboço do corredor de vôo
Se Lagash, como nós sugerimos, era uma das cidades que servia de farol de aterrissagem, então grande parte da informação fornecida por Gudea no 3º. milênio a.C. passa a fazer sentido. Ele escreveu que, quando Ninurta lhe deu instruções para reconstruir o sagrado recinto, um deus acompanhante forneceu-lhe os planos arquitetônicos (esboçados numa barra de pedra) e uma deusa (que "viajara entre o céu e a terra" na sua "câmara") mostrou-lhe um mapa celestial e deu-lhe instruções sobre os alinhamentos astronômicos da estrutura.
Além do "pássaro preto divino", foram instalados no recinto sagrado o "terrível olho" do deus ("o grande feixe de luz que submete o mundo ao seu poder") e o "controlador do mundo" (cujo som podia "reverberar por todos os lados"). Finalmente, quando a estrutura ficou pronta, o "emblema de Utu" foi erguido sobre ela, de frente "para o local de levantamento de Utu", em direção ao aeroporto espacial de Sippar. Todos estes objetos luminosos eram importantes para as operações no aeroporto espacial, uma vez que o próprio Utu "apareceu alegremente" para inspecionar as instalações acabadas.
Remotas descrições sumérias mostram freqüentemente estruturas sólidas, construídas em tempos primevos de juncos e madeira, situadas em campos por entre o gado que pastava. A suposição corrente de que estas estruturas seriam estábulos para gado é contestada pelos pilares que, invariavelmente, são mostrados projetando-se dos telhados de tais estruturas.
O objetivo do pilar, como se pode ver, era suportar um ou mais pares de "anéis", cuja função não é mencionada. Embora estas estruturas fossem erigidas nos campos, devemos perguntar-nos se elas foram construídas para abrigar gado. Os pictogramas sumérios expressam a palavra DUR ou TUR significando ("residência", "local de reunião") por meio de desenhos que, indubitavelmente, representam as mesmas estruturas mostradas já nos selos cilíndricos; mas estes tornam claro que o principal modelo da estrutura não eram os "chapéus' " mas a torre das antenas. Pilares similares com "anéis" foram colocados também nas entradas dos templos, nos limites dos recintos sagrados dos deuses, e não apenas no exterior, no campo.
Seriam estes objetos antenas ligadas a equipamento de radiodifusão? Seriam os pares de anéis radares emissores, colocados nos campos para guiar os ônibus espaciais que chegavam? Os pilares semelhantes a olhos seriam aparelhos de perscrutação, os "olhos-que-tudo-vêem" dos deuses, dos quais muitos textos falavam?
Sabemos que o equipamento ao qual estavam ligados estes vários aparelhos era portátil, uma vez que os selos sumérios representam "objetos divinos" semelhantes a caixas, sendo transportados por barco ou instalados em animais, que carregavam os objetos mais para o interior depois de os barcos terem atracado.
Quando vemos o aspecto dessas "caixas-pretas", vêem-nos à mente a imagem da Arca da Aliança construída por Moisés sob as instruções de Deus. O cofre teria de ser feito de madeira, coberto de ouro tanto por dentro como por fora - as duas superfícies condutoras de eletricidade eram isoladas pela madeira entre elas. Um kapporeth, também feito de ouro, teria de ser colocado sobre o cofre e segurado por dois querubins moldados em ouro sólido. A natureza do kapporeth (significando, especulam os estudiosos, "cobrindo") não é clara, mas este versículo do livro do Êxodo sugere seu fim: "E eu me dirigirei a ti de sobre o Kapporeth, de entre os dois Querubins".
A conclusão de que a Arca da Aliança era fundamentalmente uma caixa de comunicações operada eletricamente é corroborada pelas instruções referentes ao modo de carregá-la. Ela devia ser transportada por meio de bastões de madeira passados através de quatro argolas de ouro. Ninguém devia tocar no próprio cofre, e, quando um israelita o fez, ele foi instantaneamente morto, como que por uma carga elétrica de alta-voltagem.
Este equipamento aparentemente sobrenatural, que tornava possível comunicar com uma deidade embora essa deidade estivesse fisicamente num outro local, tornou-se objeto de veneração, "símbolo sagrado do culto". Os templos em Lagash, Ur, Mari e outros antigos locais incluíam entre os objetos de devoção "ídolos de olho". O exemplo mais proeminente foi encontrado num "templo de olho" em Tell Brak, no noroeste da Mesopotâmia. Este templo do 4º. milênio era assim chamado não só porque foram desenterradas centenas de símbolos “olho", mas principalmente porque o interior do lugar sagrado do templo tinha apenas um altar, no qual estava exposto, numa enorme pedra, um símbolo de "olho duplo".
Com toda a certeza, este era uma simulação do atual objeto divino, o "terrível olho" de Ninurta, ou o que estava no Centro de Controle da Missão de Enlil em Nippur, sobre o qual o antigo escriba relatou: "Seu Olho erguido perscruta a Terra... Seu Feixe erguido pesquisa a Terra".
O planalto sem relevos da Mesopotâmia necessitava, ao que parece, da elevação artificial de plataformas nas quais o equipamento relacionado com o espaço teria de ser colocado. Textos e representações pictóricas não deixam dúvidas de que as estruturas abrangem desde as mais remotas cabanas de campo até as posteriores plataformas de andares, alcançáveis por lances de escadas e rampas que conduzem de um andar mais baixo e largo até um patamar superior mais estreito, e assim por diante. No topo do zigurate era construída uma verdadeira residência para os deuses, rodeada por um pátio plano emparedado para abrigar o "pássaro" e as "armas". Um zigurate retratado num selo cilíndrico não só mostra a costumeira construção patamar-sobre-patamar, como também duas "antenas de anel", cuja altura parece equivaler a três andares.
Marduk afirmou que o zigurate e o complexo do templo em Babilônia (o E.SAG.IL) foram construídos sob suas próprias instruções, de acordo também com a "escritura dos céus superiores". Uma barra (conhecida por Barra de Smith, de acordo com o nome de seu decifrador) analisada por André Parrot (Zigurates e a Torre de Babel) demonstrou que o zigurate de sete andares era um quadrado perfeito mas com o primeiro andar ou base tendo lados de 15 gar cada um. Cada andar sucessivo era menor em área e em altura, exceto o último patamar (a residência do deus), que tinha uma maior altura. A altura total, todavia, era de novo igual a 15 gar, e assim a estrutura inteira não só era um perfeito quadrado, como também um perfeito cubo.
O gar empregado nestas medições era equivalente a 12 pequenos cúbitos - aproximadamente 6m. Dois estudiosos, H. G. Wood e L. C. Stecchini, mostraram que a base sexagesimal suméria, o no. 60, determinava todas as medições primárias dos zigurates mesopotâmicos. Assim, cada lado media 3 por 60 cúbitos em sua base e o total era de 60 gar.
Qual o fator que determinou a altura de cada patamar? Stecchini descobriu que, se multiplicasse a altura do primeiro andar (5.5 gar) por cúbitos quadrados, o resultado seria 33, ou seja, a latitude aproximada da Babilônia (32,5° N.). Calculando de modo similar, o segundo andar elevava o ângulo de observação para 51°, e cada um dos quatro andares seguintes erguia esse ângulo em 6°. O sétimo andar ficava, deste modo, no topo de uma plataforma erguida a 75° acima do horizonte à latitude geográfica da Babilônia. Este patamar final acrescentava 15°, permitindo ao observador erguer os olhos em linha reta, a um ângulo de 90°. Stecchini concluiu que cada patamar atuava como um patamar de observatório astronômico, com uma elevação predeterminada relativa ao arco do céu.
Claro que pode ter havido outras razões "ocultas" nestas medições. Enquanto a elevação de 33° não era muito exata para a Babilônia, era precisa para Sippar. Haveria relação entre a elevação de 6° em cada um dos quatro andares e as distâncias de 6 beru entre as cidades dos deuses? Estariam os sete andares relacionados de algum modo com a localização das primeiras sete colônias, ou com a posição da Terra como o sétimo planeta?
G. Martiny (Astronomisches zur babylonischen Turm) [O Astronômico para a Torre Babilônica] mostrou que estes padrões do zigurate tomavam-no adequado às observações celestes e que o andar mais elevado do Esagila estava voltado na direção do planeta Shupa (que identificamos como Plutão) e a constelação Áries.
Mas teriam os zigurates sido erguidos unicamente para observar as estrelas e os planetas, ou será que tinham também a finalidade de servir as missões espaciais dos Nefilim? Todos os zigurates estavam orientados de modo que seus cantos apontassem exatamente o norte, o sul, o leste e o oeste. Como resultado, seus lados corriam precisamente em ângulos de 45° em relação às quatro direções cardeais. Isto significava que um ônibus espacial estranho podia seguir certos lados do zigurate para pousar exatamente ao longo da rota de vôo, e chegar a Sippar sem dificuldade!
O nome acádio/babilônico para estas estruturas, zukiratu, conotava "tubo de espírito divino". Os sumérios chamavam ESH aos zigurates; o termo designava "supremo" ou "mais alto", o que de fato estas estruturas eram. Podia também denotar uma entidade numérica relacionada com o aspecto de "medição" dos zigurates. E significava ainda "uma fonte de calor" ("fogo" em acádio e hebreu).
Até os estudiosos que abordaram o assunto sem nossa interpretação “espacial" não puderam fugir à conclusão de que os zigurates tinham outra finalidade além de fazer da residência de deus um edifício "construído alto". Samuel N. Kramer resumiu o consenso escolástico: "O zigurate, a torre de andares, que se tornou a marca do contraste da arquitetura de templos da Mesopotâmia... tinha por intenção servir de elo de ligação, tanto real como simbólico, entre os deuses no céu e os mortais na terra.”
Nós mostramos, todavia, que a verdadeira função destas estruturas era pôr em contato os deuses no céu com os deuses - não os mortais - na Terra.
Motim dos Anunnaki
Depois de Enlil ter chegado em pessoa à Terra, o "Comando Terra" foi transferido das mãos de Enki. Provavelmente nesta altura o nome ou epíteto de Enki foi mudado para E.A ("senhor das águas") mais do que para "senhor da terra".
Os textos sumérios explicam que nessa remota idade, à chegada dos deuses à Terra, foi acordada uma separação de poderes: Anu devia ficar nos céus e governar o Décimo Segundo Planeta; Enlil devia comandar as terras; e Ea foi encarregado dos AB.ZU (apsu em acádio). Levados pelo significado "aquático" do nome E.A, os estudiosos traduziram AB.ZU como "profundeza aquática", imaginando que, como na mitologia grega, Enlil representava o trovejante Zeus e Ea era o protótipo de Poséidon, deus dos oceanos.
Noutras circunstâncias, o domínio de Enlil é referido como o Mundo Superior e o de Ea é o Mundo Inferior; de novo, os estudiosos consideraram que os termos significavam que Enlil controlava a atmosfera da Terra enquanto Ea era governante das "águas subterrâneas", o paralelo do Hades grego em que os mesopotâmios supostamente acreditavam. O nosso próprio termo abismo (abyss, em inglês), que deriva de apsu, denota águas escuras e profundas nas quais podemos afundar e desaparecer. Deste modo, quando os estudiosos deparavam com textos mesopotâmicos descrevendo este Mundo Inferior, traduziam-no por Unterwelt ("mundo subterrâneo", em alemão) ou Totenwelt ("mundo dos mortos", em alemão). Apenas há poucos anos puderam os sumeriologistas mitigar, de algum modo, a agourenta conotação usando na tradução o termo mundo baixo.
Os textos mesopotâmicos mais responsáveis por esta má interpretação foram uma série de liturgias lamentando o desaparecimento de Demuzi, mais conhecido nos textos bíblicos e cananitas como deus Tamuz. Foi com ele que Inanna/Ishtar manteve seu mais celebrado caso de amor; e quando ele desapareceu, ela desceu ao Mundo Inferior para o procurar.
A importante obra de P. Maurus Witzel (Tammuz-Liturgen und Verwandtes) {Liturgias de Tamuz e Aparentadas}, sobre os "Textos de Tamuz" sumérios e acádios, apenas ajudou a perpetuar esta concepção errônea. Os contos épicos da procura de Ishtar foram tomados para significar uma viagem "ao reino dos mortos, e o seu [de Inanna] eventual regresso à terra dos vivos".
Os textos sumérios e acádios descrevendo a descida de Inanna/Ishtar ao Mundo Inferior informam-nos que a deusa decidiu visitar sua irmã Ereshkingal, senhora do local. Ishtar não foi a tal local nem morta nem contra sua expressa vontade - foi lá viva e sem convite, abrindo seu caminho, ameaçando o guarda do portão:
Se tu não abrires o portão para que eu não possa entrar,
Eu esmagarei a porta, eu despedaçarei o ferrolho,
Eu esmagarei o poste da porta, eu moverei as portas.
Um a um, os sete portões que levam à residência de Ereshkigal abriram-se para Ishtar; quando finalmente chegou, Ereshkigal viu-a e enfureceu-se, literalmente (o texto acádio diz "explodiu à sua presença"). O texto sumério, vago acerca do objetivo da viagem ou da causa da ira de Ereshkigal, revela que Inanna esperava tal recepção. Ela preocupou-se em notificar as outras deidades principais com a devida antecedência sobre sua viagem e assegurou-se de que elas dariam os passos necessários para a salvarem, caso fosse aprisionada no "Grande Abismo".
O esposo de Ereshkigal - e Senhor do Mundo Inferior - era Nergal. A maneira pela qual chegou ao Grande Abismo e se tornou seu senhor não só nos esclarece acerca da natureza humana dos "deuses", como representa também o Mundo Inferior como nada mais que "um mundo dos mortos”.