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Aterrissagem no Planeta Terra 9 страница



 

A moça libertou suas bestas, desnudou seu peito,

E ele possuiu sua maturidade...

Ela o tratou, o selvagem,

Como uma tarefa de mulher.

 

O estratagema deu resultados claros. Depois de seis dias e sete noites, "depois de estar cheio dos encantos dela", ele recordou seus antigos parceiros de entretenimento.

 

Ele virou a face para suas feras; mas,

Ao verem-no, as gazelas fugiram.

As feras da estepe

Afastaram-se de seu corpo.

 

O relato é explícito. As relações físicas humanas produziram uma mudança tão profunda em Enkidu que os animais com que ele convivera “se afastaram". Eles não fugiram simplesmente - eles esquivaram-se ao seu contato físico.

Atônito, Enkidu ficou imóvel por um instante, "porque suas feras partiram". Mas não se devia lamentar a mudança, como nos explica o antigo texto:

 

Agora ele tinha visão, conhecimento mais vasto...

A prostituta diz a Enkidu:

Tu és agora sabedor, Enkidu;

Tu estás transformando-se em deus!

 

Os vocábulos neste texto mesopotâmico são quase idênticos aos do conto bíblico de Adão e Eva. Como a serpente predissera, partilhando da Árvore da Sabedoria, eles tornaram-se, em assuntos sexuais, "como a divindade - conhecedores do bem e do mal".

Se isto apenas significava que o homem chegara ao reconhecimento de que ter relações físicas com animais era incivilizado ou mau, por que Adão e Eva foram punidos por abandonarem a sodomia? O Antigo Testamento está repleto de admoestações contra a sodomia, e é inconcebível que a aprendizagem de uma virtude causasse a ira divina.

A "sabedoria" que o homem obteve contra os desejos expressos da divindade - ou de uma das deidades - devia ter sido de mais profunda natureza. Era algo de bom para o homem, mas que os criadores não queriam que ele tivesse.

Temos de ler cuidadosamente nas entrelinhas da maldição lançada sobre Eva para apreender o significado do acontecimento:

 

E à mulher Ele disse:

Eu multiplicarei muito teu sofrimento

Com tua gravidez.

Com dor darás à luz filhos,

Todavia, para teu companheiro será teu desejo...

E o Adão chamou à sua mulher "Eva”;

Porque ela era a mãe de todos os que viveram.

 

Este é, de fato, o acontecimento momentoso que nos é transmitido no conto bíblico: enquanto a Adão e Eva faltou "sabedoria", eles viveram no Éden sem nenhuma descendência. Tendo obtido "sabedoria", Eva adquiriu a capacidade (e a dor) de engravidar e dar à luz crianças. Só depois de o casal ter adquirido esta "sabedoria", "Adão conheceu Eva como mulher, e ela concebeu e deu à luz Caim".

Ao longo do Antigo Testamento, o vocábulo "conhecer" é usado para denotar relações sexuais, na maior parte das vezes entre um homem e sua esposa com o propósito de ter filhos. O conto de Adão e Eva no Jardim do Éden é a história de um passo importante no desenvolvimento do homem - a aquisição da capacidade para procriar.

Não devia surpreender que os primeiros seres representativos do Homo sapiens fossem incapazes de se reproduzir. Qualquer que tenha sido o método usado pelos Nefilim para introduzir algum material genético na composição biológica dos hominídeos selecionados para tal fim, o novo ser era um híbrido, um cruzamento entre duas espécies diferentes, talvez relacionadas. Tal como a mula (um cruzamento entre a égua e o burro), estes mamíferos híbridos são estéreis. Através da inseminação artificial e de métodos de engenharia biológica ainda mais sofisticados, pode-se produzir a quantidade de mulas que se desejar, mesmo sem haver verdadeiras relações físicas entre o burro e a égua, mas nenhuma mula pode procriar e dar à luz outra mula.

Estariam os Nefilim, a princípio, simplesmente produzindo "mulas humanas" para satisfazer suas necessidades?

Nossa curiosidade é aumentada por uma cena representada numa gravação de rocha encontrada nas montanhas do sul do Elam. Ela mostra uma deidade segurando um frasco de "laboratório" do qual correm líquidos, uma descrição comum de Enki. Uma grande deusa está sentada ao lado dele, numa pose que indica ser uma cooperadora, mais do que uma esposa; ela não podia ser outra senão Ninti, a deusa-mãe ou Deusa do Nascimento. Os dois são flanqueados por deuses inferiores, reminiscentes das deusas do nascimento dos contos e da criação. Encarando estes criadores do homem estão várias filas de seres humanos, cuja impressionante e comum característica é a semelhança física de uns com os outros, como se fossem produtos do mesmo molde.

 

 

Nossa atenção é também chamada de novo para o conto sumério dos machos e fêmeas imperfeitos inicialmente dados à luz por Enki e pela deusa-­mãe, que eram seres assexuados ou sexualmente incompletos. Recordará este texto a primeira fase da existência do homem híbrido, um ser à imagem e semelhança dos deuses, mas sexualmente incompleto e ao qual faltava a "sabedoria"?

Depois de Enki ter conseguido produzir um "modelo perfeito" - Ada­pa/Adão -, são descritas nos textos sumérios técnicas de "produção em massa". Tratava-se da implantação de óvulos geneticamente tratados numa "linha de montagem" de deusas do nascimento com o conhecimento prévio de que metade dessas deusas produziriam machos, e a outra metade, fêmeas. Isto não só revela a técnica pela qual o homem híbrido foi "fabricado", como implica também que o homem não podia por si só procriar.

A impotência dos híbridos em procriar, descobriu-se recentemente, deriva de uma deficiência nas células reprodutoras. Enquanto todas as células contêm apenas um conjunto de cromossomos hereditários, o homem e outros mamíferos são capazes de produção porque suas células sexuais (o esperma masculino e o óvulo feminino) contêm dois conjuntos. Mas este padrão único não se encontra nos seres híbridos. Atualmente são feitas tentativas através da engenharia genética no sentido de prover os híbridos com esse conjunto duplo de cromossomos em suas células reprodutoras, tornando-os sexualmente "normais".

Terá sido isso o que o deus, cujo epíteto era "A Serpente", trouxe ao gênero humano?

A serpente bíblica não era, com certeza, uma mera e literal cobra, uma vez que podia conversar com Eva, conhecia a verdade acerca do assunto da "sabedoria" e mantinha uma posição hierárquica tão elevada que podia, sem hesitar, apresentar a divindade como mentirosa. Lembramos que nas antigas tradições, a divindade principal lutou com um adversário serpente, um conto cujas raízes remontam, indubitavelmente, aos deuses sumérios.

O conto bíblico revela muitos traços de origem suméria, incluindo a presença de outras divindades: "O Adão tornou-se como um de nós". A possibilidade dos antagonistas bíblicos - a divindade e a serpente - terem representado Enlil e Enki parece-nos inteiramente plausível.

Seu antagonismo, como descobrimos, teve origem na transferência de Enlil para o comando da Terra, embora Enki fosse o verdadeiro pioneiro. Enquanto Enlil ficava no confortável Centro de Controle da Missão em Nippur, Enki era enviado para organizar as operações mineiras no Mundo Inferior. O motim dos Anunnaki foi dirigido contra Enlil e seu filho Ninurta, e o deus que falou em nome dos amotinados foi Enki. Enki sugeriu e empreendeu a criação de trabalhadores primitivos. Enlil teve de recorrer à força para obter algumas destas maravilhosas criaturas. Como registram os textos sumérios do decurso dos acontecimentos humanos, Enki geralmente aparece como protagonista da humanidade e Enlil como seu severo disciplinador, senão seu antagonista direto. O papel de uma divindade que deseja manter os novos humanos sexualmente oprimidos e o de uma divindade desejosa e capaz de conceder ao homem o fruto da "sabedoria" se ajustam perfeitamente a Enlil e a Enki.

Uma vez mais, os jogos de palavras sumérias e bíblicas vêm em nossa ajuda. O termo bíblico para "serpente" é nahash, que significa realmente "cobra". Mas o termo deriva da raiz NHSH, que significa "decifrar, descobrir", e, assim, nahash podia também significar "ele que pode decifrar, ele que descobre coisas", um epíteto adequado a Enki, o cientista-chefe, o Deus da Sabedoria dos Nefilim.

Estabelecendo paralelos entre o conto mesopotâmico de Adapa (que obteve "sabedoria", mas não alcançou a vida eterna) e o destino de Adão, S. Langdon (Semitic Mythology) reproduziu uma descrição desenterrada na Mesopotâmia que sugere fortemente esse conto bíblico - uma serpente enlaçada numa árvore, apontando para o seu fruto. Os símbolos celestes são significativos: lá bem em cima está o planeta da Travessia, que representa Anu; próximo da serpente está o crescente lunar, representando Enki.

 

 

Muito pertinente para nossas descobertas é o fato de, nos textos mesopotâmicos, o deus que finalmente legou "sabedoria" a Adapa não ser outro senão Enki:

 

Larga compreensão ele aperfeiçoou para ele...

Sensatez [ele lhe dera]...

A ele, dera Sabedoria;

A vida eterna não lhe tinha ele dado.

 

Um conto ilustrado gravado num selo cilíndrico encontrado em Mari pode bem ser uma antiga ilustração da versão mesopotâmica do conto do Gênesis. A gravação mostra um grande deus sentado num terreno alto elevando-se de ondas de água, uma descrição óbvia de Enki. Serpentes jorrando água destacam-se de cada lado deste "trono".

Ladeando esta figura central estão três deuses que se assemelham a árvores. Aquele que está à direita, cujos ramos têm extremidades em forma de pênis, segura um recipiente onde possivelmente está contido o Fruto da Vida. O da esquerda, cujos ramos têm extremidades em forma de vagina, oferece ramos frutíferos e representa a Árvore da "Sabedoria", dádiva dos deuses da procriação.

Ao lado há ainda um outro grande deus - nossa sugestão é que se trata de Enlil. Sua raiva contra Enki é por demais evidente.

 

 

Nunca saberemos o que ocasionou este "conflito" no Jardim do Éden, mas quaisquer que fossem os motivos de Enki, o fato é que ele conseguiu aperfeiçoar o trabalhador primitivo e criou o Homo sapiens, que podia produzir sua própria descendência.

Depois que o homem adquiriu a "sabedoria", o Antigo Testamento cessa de se referir a ele como "o Adão" e adota como sujeito Adão, uma pessoa específica, o primeiro patriarca da linha do povo com o qual se preocuparia a Bíblia. Mas este amadurecimento da humanidade marcou igualmente um cisma entre Deus e o homem.

A separação dos caminhos, o homem aparecendo já não como um servo mudo dos deuses, mas como uma pessoa agindo por si mesma, é descrita no livro do Gênesis não como uma decisão tomada pelo próprio homem, mas como a imposição de um castigo pela Divindade: para que o terráqueo não adquira também a capacidade de escapar à mortalidade, ele será expulso do Jardim do Éden. De acordo com estas fontes, a existência independente do homem começou não no sul da Mesopotâmia, onde os Nefilim estabeleceram suas cidades e pomares, mas sim a leste, nos montes Zagros: "E Ele retirou o Adão e fê-lo residir a leste do Jardim do Éden".

Uma vez mais, então, a informação bíblica confirma as descobertas científicas: a cultura humana começou nas regiões montanhosas fronteiriças à planície mesopotâmica. Que pena ser a narrativa bíblica tão breve, uma vez que se trata aqui daquilo que foi a primeira vida civilizada do homem na Terra!

Expulso do domicílio dos deuses, condenado a uma vida mortal, mas capaz de procriar, o homem continuou a fazer exatamente isso. O primeiro Adão, com cujas gerações se preocupou a Bíblia, "conheceu" sua mulher Eva, e ela deu-lhe um filho, Caim, que arou a terra. Então, Eva deu à luz Abel, que foi pastor. Insinuando como motivo a homossexualidade, a Bíblia relata que "Caim lançou-se sobre seu irmão Abel e matou-o".

Temendo por sua vida, a deidade deu a Caim um sinal protetor, ao mesmo tempo que lhe ordenava que se mudasse mais para leste. Levando a princípio uma vida de nômade, Caim finalmente estabeleceu-se na "Terra de Migração, bem a oriente do Éden". Aí teve um filho a quem chamou Enoc ("inauguração"), "e ele construiu uma cidade, e deu à cidade o nome de seu filho". Enoc, por sua vez, teve filhos e netos e bisnetos. Na sexta geração depois de Caim, nasceu Lamec. A Bíblia atribui a seus três filhos a condução da civilização: Jabal "era o pai daqueles que residem em tendas e têm gado"; Jubal "era o pai de todos os que tocam a lira e a harpa"; Tubal-Caim foi o primeiro ferreiro.

Mas também Lamec, como seu antecessor Caim, se envolveu em assassínios, desta vez de um homem e de uma criança. Não erraremos se julgarmos que as vítimas não eram uns humildes estranhos, uma vez que o livro do Gênesis se demora sobre o incidente e o considera um momento decisivo na linhagem de Adão. A Bíblia declara que Lamec reuniu suas duas mulheres, mães de seus três filhos, e confessou perante elas o duplo crime, declarando: "Se Caim foi sete vezes vingado, Lamec sê-lo-á setenta vezes sete”. Esta afirmação, pouco entendida pelos estudiosos, deve ser entendida como relacionada ao problema da sucessão; consideramos isto como uma confissão de Lamec para suas mulheres, que a esperança de que a maldição sobre Caim pudesse ser redimida na sétima geração (a geração de seus filhos) não deu em nada. Agora, uma nova maldição, muito mais longa, fora imposta à casa de Lamec.

Confirmando que o acontecimento dizia respeito à linha de sucessão, os versículos seguintes informam-nos do imediato estabelecimento de uma nova e pura linhagem:

 

E Adão conheceu de novo sua mulher

E ela deu à luz um filho e chamou-lhe Set ["alicerce"]

Porque a divindade criou para mim

Outra semente em lugar de Abel, a quem Caim matou.

 

Neste ponto, o Antigo Testamento perde todo o interesse na linha maculada de Caim e Lamec. A continuação dos eventos humanos firma-se, assim, a partir daqui, sobre a linhagem de Adão através de seu filho Set e do primogênito deste, Enos, cujo nome adquiriu em hebraico a conotação genérica de "ser humano". "Foi então", diz-nos o Gênesis, "que se começou a invocar o nome da Divindade.”

Esta enigmática afirmação confundiu os estudiosos bíblicos e os teólogos ao longo dos anos. Ela é seguida por um capítulo que fornece a genealogia de Adão através de Set e Enos durante dez gerações, finalizando com Noé, o herói do dilúvio.

Os textos sumérios, que descrevem os remotos estágios em que os deuses estavam sozinhos na Suméria, descrevem com igual precisão a vida dos humanos na Suméria num tempo posterior, mas antecedente do dilúvio.

A história suméria (e original) do dilúvio conhece seu "Noé" como o "Homem de Shuruppak", a sétima cidade estabelecida pelos Nefilim quando aterrissaram no planeta Terra.

Então, em alguma época da história, os seres humanos, banidos do Éden, obtiveram permissão para regressar à Mesopotâmia, para viver ao lado dos deuses, para os servir e adorar. Tal como interpretamos a afirmação bíblica, isto aconteceu nos dias de Enos. Foi então que os deuses permitiram à humanidade o regresso à Mesopotâmia, para servir os deuses “e invocar o nome da divindade”.

Ansioso por chegar ao próximo acontecimento épico da saga humana, o dilúvio, o livro do Gênesis fornece pouca informação além dos nomes dos patriarcas que sucederam a Enos. Mas o significado do nome de cada patriarca pode sugerir os acontecimentos que tiveram lugar durante seu período de vida.

O filho de Enos através de quem se continuou a linhagem pura foi Cainam ("pequeno Caim"); alguns estudiosos tomam o nome para significar "ferreiro". O filho de Cainan era Malaleel ("orador de deus"). A ele se seguiu Jered ("ele que descendeu"); e seu filho foi Henoc ("o consagrado"), que com 365 anos, foi levado para as alturas pela divindade. Mas, trezentos anos antes, com 65 anos, Henoc tivera um filho chamado Matusalém; muitos estudiosos, seguindo Lettia D. Jeffreys (Ancient Hebrew Names: Their Significance and Historical Value) [Antigos Nomes Hebraicos: Sua Significação e Valor Histórico], traduzem Matusalém como “homem do míssil".

O filho de Matusalém chamava-se Lamec, significando "ele que foi humilhado". E Lamec teve Noé ("descanso"), dizendo: "Que este nos conforte em nosso trabalho e no sofrimento de nossas mãos na terra que a divindade amaldiçoou".

A humanidade, ao que parece, passava grandes privações à altura do nascimento de Noé. O trabalho árduo e a fadiga não a levavam a parte alguma, uma vez que a terra, que os devia sustentar, estava amaldiçoada. Estava armado o cenário para o dilúvio, o momentoso evento que iria varrer da face da Terra não só a raça humana, mas toda a vida da terra e dos céus.

 

E a Divindade viu que a perversidade do homem

Era grande na Terra,

E que cada desejo dos pensamentos em seu coração

Era apenas maldade em cada dia.

E a Divindade arrependeu-se de ter feito o homem

Sobre a Terra, e seu coração entristeceu.

E a Divindade disse:

Eu eliminarei da face da Terra

Os terráqueos a quem criei.

 

Estas acusações categóricas são apresentadas como justificativas para as drásticas medidas de "acabar com toda a carne". Mas as citadas acusações são pouco específicas, e estudiosos e teólogos não encontram respostas satisfatórias referentes aos pecados ou "violações" que tanto aborreceram a Divindade.

O uso repetido do termo carne, tanto nos versículos de acusação, como nas proclamações de julgamento, sugere, é claro, que as corrupções e as violações relacionavam-se com a carne. A Deidade preocupava-se com o perverso "desejo dos pensamentos do homem". O homem, podia parecer, tendo descoberto o sexo, tornara-se maníaco sexual.

Mas só muito dificilmente podemos aceitar que a Divindade decidisse varrer a humanidade da face da terra simplesmente porque os homens faziam demasiadas vezes amor com suas mulheres. Os textos mesopotâmi­cos falam livremente e eloqüentemente de sexo e amor entre os deuses e suas consortes, de amores ilícitos entre uma donzela e seu amante, de amor violento (como no caso de violação de Ninlil por Enlil). Há uma profusão de textos descrevendo o ato amoroso e a própria relação física entre os deuses, com suas consortes oficiais ou com concubinas não oficiais, com suas irmãs e filhas e até netas (fazer amor com estas últimas era o passatempo favorito de Enki). Tais deuses não podiam, com toda a justiça, voltar-se contra a humanidade por esta se comportar como eles próprios o faziam.

O verdadeiro motivo da Divindade não era mera preocupação com a moralidade humana. A repugnância avassaladora era causada por uma propagada degradação dos próprios deuses. Visto sob esta luz, torna-se claro o significado dos desconcertantes versículos de abertura do capítulo VI do Gênesis:

 

E assim aconteceu,

Quando os terráqueos começaram a aumentar em número

Sobre a face da Terra,

E lhes nasceram filhas entre eles,

Os filhos das deidades

Viram as filhas dos terráqueos

E elas eram compatíveis,

E eles levaram para eles próprios

Esposas de todas as que escolheram.

 

Como esclarecem estes versículos, foi nessa altura, quando os filhos dos deuses começaram a envolver-se sexualmente com a descendência dos terráqueos, que a Divindade gritou: "Basta!”

­

E a Divindade disse:

O meu espírito não protegerá o homem para sempre;

Tendo-se extraviado, ele é apenas carne.

 

Esta afirmação permaneceu enigmática durante milênios. Lida à luz de nossas conclusões referentes à manipulação genética na criação do homem, os versículos encerram uma mensagem para nossos próprios cientistas. O "espírito" dos deuses - a perfeição genética da humanidade - começava a deteriorar-se. O gênero humano extraviara-se, voltando assim a ser “apenas carne", mais próximo de suas origens animais simiescas.

Podemos agora compreender a ênfase colocada no Antigo Testamento na distinção entre Noé, um "homem íntegro... puro em suas genealogias" e "a terra inteira que estava corrompida". Contraindo matrimônio com homens e mulheres de pureza genética decrescente, os deuses sujeitavam-­se também à deterioração. Salientando que apenas Noé continuava a ser geneticamente puro, o conto bíblico justifica a contradição da Divindade. Tendo decidido eliminar toda a vida da face da terra, resolveu salvar Noé, seus descendentes e "todos os animais limpos" e outras feras e aves "para manter vivas sobre a face de toda a terra".

O plano da Divindade para anular seu objetivo inicial consistia em alertar Noé da catástrofe que se avizinhava e orientá-lo na construção de uma arca capaz de se manter na água, arca esta que levaria as pessoas e as criaturas que se pretendia salvar. A notícia foi dada a Noé sete dias apenas antes do início da catástrofe. De um modo ou de outro, ele conseguiu construir a arca e impermeabilizá-la, juntar todos os seres e colocá-los e à sua família a bordo e ainda abastecer a arca de provisões no tempo concedido. "E assim aconteceu, depois dos sete dias, que as águas do dilúvio estavam sobre a terra." O que veio a acontecer está mais bem descrito nas próprias palavras da Bíblia:

 

Naquele dia,

Todas as nascentes do grande abismo se abriram jorrando,

E os diques do céu foram abertos...

E o dilúvio esteve quarenta dias sobre a terra,

E as águas aumentaram e levantaram a arca,

E ela foi elevada acima da terra.

E as águas tornaram-se mais fortes

E aumentaram muitíssimo sobre a terra

E a arca flutuou sobre as águas.

E as águas tornaram-se excessivamente fortes sobre a terra

E todas as altas montanhas foram cobertas.

Aquelas que estão sob todos os céus:

Quinze cúbitos acima delas se manteve a água,

E as montanhas foram cobertas.

E toda a carne pereceu...

O homem e o gado e os seres rastejantes

E as aves dos céus

Foram riscados da superfície da terra;

E apenas Noé foi deixado,

E aqueles que estavam com ele na arca.

 

As águas mantiveram-se sobre a terra 150 dias, até que a Divindade:

 

Fez com que um vento passasse sobre a terra,

E as águas foram acalmadas.

E as nascentes do abismo foram represadas,

Como o foram os diques do céu;

E a chuva dos céus foi presa.

E as águas começaram a recuar sobre a superfície da terra,

Indo e vindo.

Depois de 150 dias, as águas eram menos;

E a arca descansou nos montes de Ararat.

 

De acordo com a versão bíblica, a provação da humanidade começou "no ano seiscentos da vida de Noé, no segundo mês, no décimo sétimo dia do mês". A arca permaneceu nos montes de Ararat "no sétimo mês, no décimo sétimo dia do mês". A subida das águas e seu gradual "recuo", suficiente para baixar o nível da água e fazer a arca descansar nos picos de Ararat, durou, então, cinco meses completos. Então "as águas continuaram a diminuir, até que os picos das montanhas" - e não apenas os dos imponentes Ararat - "puderam ser vistos no décimo primeiro dia do décimo mês", quase três meses depois.

Noé esperou mais quarenta dias. Então ele enviou um corvo e uma pomba "para ver se as águas diminuíram na superfície da terra". À terceira tentativa, a pomba voltou segurando no bico uma folha de oliveira, indicando que as águas regrediram o suficiente para permitir que se vissem as copas das árvores. Pouco depois, Noé soltou de novo a pomba, "mas ela já não regressou". O dilúvio estava terminado.

 

E Noé retirou a coberta da arca

E olhou, e observou:

A superfície da terra estava seca.

 

"Ao segundo mês, no vigésimo sétimo dia do mês, a terra secou." Noé estava com 601 anos. A provação durara um ano e dez dias.

Depois, Noé e todos os que estavam com ele na arca saíram. E ele construiu um altar e ofereceu sacrifícios de fogo à Divindade.

 




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